Há novas embarcações internacionais a caminho de Gaza. A notícia mostra um passo prático da aliança xiita que se apresenta no Oriente Médio. O Crescente Vermelho Iraniano decidiu enviar dois barcos de ajuda ainda nesta semana. Segundo a AFP, o diretor da organização no Irã disse que a decisão reflete um desejo "da sociedade de seu país". Pode ser que a retroalimentação político-social na república islâmica esteja em curso, mas não tenho dúvidas de que se trata de um gesto predominantemente de ambições políticas e até militares. Até porque, o próprio diretor da organização iraniana admite que a decisão ocorreu após reunião com o ministro das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki.
A politização regional do bloqueio a Gaza não parou por aí. Na Turquia, o presidente da Síria, Bashar Assad, declarou estar pronto para acatar qualquer decisão tomada por Ancara para pressionar Israel. Damasco ameaçou, inclusive, adotar medidas práticas. A submissão de Assad às determinações turcas mostra que os líderes do Oriente Médio estão dispostos a tudo para atingir seus objetivos. É claro que o mantra humanitário continua a ser repetido. Isso agrada aos ouvidos ocidentais e permite ganhar tempo. Mas a meta é mesmo reequilibrar a balança de poder na região. E se os israelenses perderem bastante neste processo, ainda melhor - acreditam.
A estratégia marítima de agora representa uma tremenda "evolução" aos mísseis lançados pelo Hamas nas cidades do sul de Israel. Não me espantaria se centenas de barcos tentassem furar o bloqueio. Do ponto de vista de relações públicas, a tática é vitoriosa em alguns aspectos: ganha enorme cobertura de imprensa, e o regime de Ahmadinejad conquista humanidade e simpatia - inversamente proporcional a Israel, claro.
Qualquer resposta israelense é arriscada. Se prender ativistas, o governo irá continuar a sofrer com as críticas internacionais. Por outro lado, como permitir que iranianos enviados pela cúpula de Teerã desembarquem em Gaza? Se isso acontecer, Ahmadinejad, Bashar Assad e Tyyip Erdogan capitalizarão o acontecimento como grande vitória política, aplacando, inclusive, as vozes opositoras internas. A liderança deste grupo de países na região será quase um fato consumado. E as sanções contra o programa nuclear iraniano estarão cada vez mais distantes, é claro. A mudança de percepção sobre o Oriente Médio já está em curso. Os presidentes de China e Rússia, ambos com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, afirmaram que este não é o momento para acelerar a decisão de aplicar sanções a Teerã.
De qualquer maneira, o menor dos impactos impõe grande derrota a Israel. Jerusalém já pode contabilizar um gol contra. Afinal, sem a menor dúvida, a situação atual vai mudar. Não há qualquer chance de o bloqueio - agora contestado em todo o mundo - permanecer em mãos israelenses. Aliás, talvez este seja o melhor dos cenários, mas irá representar uma vitória para o Hamas e a aliança de países xiitas que estrategicamente o apoiam.
A politização regional do bloqueio a Gaza não parou por aí. Na Turquia, o presidente da Síria, Bashar Assad, declarou estar pronto para acatar qualquer decisão tomada por Ancara para pressionar Israel. Damasco ameaçou, inclusive, adotar medidas práticas. A submissão de Assad às determinações turcas mostra que os líderes do Oriente Médio estão dispostos a tudo para atingir seus objetivos. É claro que o mantra humanitário continua a ser repetido. Isso agrada aos ouvidos ocidentais e permite ganhar tempo. Mas a meta é mesmo reequilibrar a balança de poder na região. E se os israelenses perderem bastante neste processo, ainda melhor - acreditam.
A estratégia marítima de agora representa uma tremenda "evolução" aos mísseis lançados pelo Hamas nas cidades do sul de Israel. Não me espantaria se centenas de barcos tentassem furar o bloqueio. Do ponto de vista de relações públicas, a tática é vitoriosa em alguns aspectos: ganha enorme cobertura de imprensa, e o regime de Ahmadinejad conquista humanidade e simpatia - inversamente proporcional a Israel, claro.
Qualquer resposta israelense é arriscada. Se prender ativistas, o governo irá continuar a sofrer com as críticas internacionais. Por outro lado, como permitir que iranianos enviados pela cúpula de Teerã desembarquem em Gaza? Se isso acontecer, Ahmadinejad, Bashar Assad e Tyyip Erdogan capitalizarão o acontecimento como grande vitória política, aplacando, inclusive, as vozes opositoras internas. A liderança deste grupo de países na região será quase um fato consumado. E as sanções contra o programa nuclear iraniano estarão cada vez mais distantes, é claro. A mudança de percepção sobre o Oriente Médio já está em curso. Os presidentes de China e Rússia, ambos com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, afirmaram que este não é o momento para acelerar a decisão de aplicar sanções a Teerã.
De qualquer maneira, o menor dos impactos impõe grande derrota a Israel. Jerusalém já pode contabilizar um gol contra. Afinal, sem a menor dúvida, a situação atual vai mudar. Não há qualquer chance de o bloqueio - agora contestado em todo o mundo - permanecer em mãos israelenses. Aliás, talvez este seja o melhor dos cenários, mas irá representar uma vitória para o Hamas e a aliança de países xiitas que estrategicamente o apoiam.
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