Em Conferência realizada em Cabul, no Afeganistão, foram anunciadas decisões importantes sobre a retirada das tropas internacionais: até 2014, as forças de segurança afegãs serão as responsáveis pela condução de todas as operações de segurança. A grande questão, já debatida por aqui em outras ocasiões, é entender as mudanças de ambições sobre o Afeganistão ocorridas desde o início da guerra, em outubro de 2001.
Naquela época, o governo de George W. Bush acenava com objetivos pragmáticos: derrubar a cúpula Talibã que permitiu à al-Qaeda se instalar no país. Isso foi feito. O problema é que os membros da rede terrorista que sobreviveram fugiram para o Paquistão ou se organizaram para resistir à ocupação. Ficou claro que as alianças construídas na região eram mais complexas. Livrar-se da ideia criada pela al-Qaeda e de seus milhares de seguidores voluntários seria muito mais difícil do que se imaginava. Havia conexões não apenas entre bandos de camponeses radicais armados, mas espalhadas até mesmo na alta cúpula das forças de segurança do aliado Paquistão.
O escopo de atuação da Otan, amplamente liderada pelos EUA, aumentou. Vale deixar claro que, entre o simples objetivo de derrubar o Talibã, caçar os seguidores de bin Laden e o despejo de bilhões de dólares para inventar um Estado afegão viável há um grande intervalo de tempo e vidas humanas perdidas. Não creio que ninguém premeditou invadir o Afeganistão pelo simples prazer de exercitar a capacidade de reconstruir um país praticamente do zero. Os passos foram tomados um após o outro, como uma sucessão de decisões encadeadas que, nove anos depois, resultaram na grande conferência burocrática de hoje.
Como contraponto, é importante citar o Iraque. Derrubar Saddam Hussein e estabelecer em seu lugar um regime político e democrático era o objetivo americano desde a invasão do país, em 2003. A ideia, que me parece ao mesmo tempo ambiciosa e ingênua, era transformar o modelo iraquiano em inspiração para seus vizinhos no Oriente Médio. A democracia e o novo regime seriam tão bem sucedidos que influenciariam as massas da região a promover a derrubada dos ditadores e grupos dominantes locais. Não foi isso o que aconteceu e não me parece que algo parecido possa ocorrer num futuro próximo.
O Afeganistão se tornou outra fonte incessante de gastos porque é preciso, antes de qualquer coisa, fazer política. Obama escolheu este como um de seus mais importantes focos internacionais. Portanto, é preciso resolvê-lo. E bem. É importante dizer também que, quando o atual presidente assumiu a chefia do governo americano, o Afeganistão já era um problema estabelecido. Ele não tinha como justificar a retirada unilateral e jogar os esforços e prejuízos da guerra que já durava quase oito anos pelo ralo.
Naquela época, o governo de George W. Bush acenava com objetivos pragmáticos: derrubar a cúpula Talibã que permitiu à al-Qaeda se instalar no país. Isso foi feito. O problema é que os membros da rede terrorista que sobreviveram fugiram para o Paquistão ou se organizaram para resistir à ocupação. Ficou claro que as alianças construídas na região eram mais complexas. Livrar-se da ideia criada pela al-Qaeda e de seus milhares de seguidores voluntários seria muito mais difícil do que se imaginava. Havia conexões não apenas entre bandos de camponeses radicais armados, mas espalhadas até mesmo na alta cúpula das forças de segurança do aliado Paquistão.
O escopo de atuação da Otan, amplamente liderada pelos EUA, aumentou. Vale deixar claro que, entre o simples objetivo de derrubar o Talibã, caçar os seguidores de bin Laden e o despejo de bilhões de dólares para inventar um Estado afegão viável há um grande intervalo de tempo e vidas humanas perdidas. Não creio que ninguém premeditou invadir o Afeganistão pelo simples prazer de exercitar a capacidade de reconstruir um país praticamente do zero. Os passos foram tomados um após o outro, como uma sucessão de decisões encadeadas que, nove anos depois, resultaram na grande conferência burocrática de hoje.
Como contraponto, é importante citar o Iraque. Derrubar Saddam Hussein e estabelecer em seu lugar um regime político e democrático era o objetivo americano desde a invasão do país, em 2003. A ideia, que me parece ao mesmo tempo ambiciosa e ingênua, era transformar o modelo iraquiano em inspiração para seus vizinhos no Oriente Médio. A democracia e o novo regime seriam tão bem sucedidos que influenciariam as massas da região a promover a derrubada dos ditadores e grupos dominantes locais. Não foi isso o que aconteceu e não me parece que algo parecido possa ocorrer num futuro próximo.
O Afeganistão se tornou outra fonte incessante de gastos porque é preciso, antes de qualquer coisa, fazer política. Obama escolheu este como um de seus mais importantes focos internacionais. Portanto, é preciso resolvê-lo. E bem. É importante dizer também que, quando o atual presidente assumiu a chefia do governo americano, o Afeganistão já era um problema estabelecido. Ele não tinha como justificar a retirada unilateral e jogar os esforços e prejuízos da guerra que já durava quase oito anos pelo ralo.
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