Quando o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyhau, der início ao encontro com o colega Barack Obama, nesta terça-feira, mais do que um simples compromisso entre aliados estará em jogo. A própria natureza da histórica aliança entre Washington e Jerusalém vai estar em discussão e também o futuro do atual primeiro-ministro israelense. Se desde a posse do premier, em fevereiro de 2009, as relações não eram as melhores, a situação piorou ainda mais neste ano. Houve decepções de parte a parte.
Do lado americano, os acontecimentos foram óbvios: o anúncio israelense de que continuaria a construir em Jerusalém Oriental e daria prosseguimento aos assentamentos na Cisjordânia ocorreu justamente quando o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, visitava o país. O constrangimento provocou a maior crise entre Israel e EUA do mandato de Obama.
A partir deste ponto, praticamente houve uma crise a cada dois meses. O episódio envolvendo Biden aconteceu em março. Em maio, foi a vez de o governo israelense se desapontar com a Casa Branca. Durante o encontro que revisou o Tratado de Não Proliferação Nuclear, os EUA acabaram por ceder às demandas dos países árabes e não impediram a aprovação do texto final da conferência – cujo ponto mais delicado insistia para que Israel aderisse ao tratado. Durante o governo Bush, houve situação semelhante e a Casa Branca forçou a retirada da menção.
A situação permanece complicada, até porque as consequências causadas pela "Frota da Liberdade" – a terceira crise do ano, uma vez que a Turquia é considerada aliada estratégica pelo governo Obama no mundo muçulmano – ainda estão em curso. Como forma de evitar um maior aprofundamento dos impasses com os americanos, Netanyahu está correndo atrás do tempo perdido.
Além de aliviar o bloqueio a Gaza, o primeiro-ministro israelense tem tentado ressuscitar o processo de paz. Nesta segunda-feira, o ministro da Defesa, Ehud Barak, reúne-se com o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad. Pode não ser o ideal, mas o encontro é o primeiro resultado prático capaz de sinalizar a retomada das negociações a partir do trabalho de George Mitchell, enviado de Washington à região.
Apesar de a imprensa repercutir as declarações da Autoridade Palestina de que a reunião muda muito pouco, acredito que este seja um dado importante para Netanyahu apresentar quando se encontrar com o presidente americano. A reivindicação palestina de que conversações diretas – envolvendo o próprio premier israelense e o presidente palestino, Mahmoud Abbas – dependem da interrupção definitiva da construção de assentamentos coloca o atual governo israelense contra a parede.
Afinal, como parte importante da coalizão que sustenta Benjamin Netanyahu é formada por partidos que apoiam ideologicamente os assentamentos, é pouco provável que o governo Bibi consiga se manter se decidir abdicar de construir colônias na Cisjordânia. De certa forma, a inteligência do presidente Abbas conseguiu enxergar no atrito entre Netanyahu e a Casa Branca uma maneira de derrubar o atual governo de Israel.
Do lado americano, os acontecimentos foram óbvios: o anúncio israelense de que continuaria a construir em Jerusalém Oriental e daria prosseguimento aos assentamentos na Cisjordânia ocorreu justamente quando o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, visitava o país. O constrangimento provocou a maior crise entre Israel e EUA do mandato de Obama.
A partir deste ponto, praticamente houve uma crise a cada dois meses. O episódio envolvendo Biden aconteceu em março. Em maio, foi a vez de o governo israelense se desapontar com a Casa Branca. Durante o encontro que revisou o Tratado de Não Proliferação Nuclear, os EUA acabaram por ceder às demandas dos países árabes e não impediram a aprovação do texto final da conferência – cujo ponto mais delicado insistia para que Israel aderisse ao tratado. Durante o governo Bush, houve situação semelhante e a Casa Branca forçou a retirada da menção.
A situação permanece complicada, até porque as consequências causadas pela "Frota da Liberdade" – a terceira crise do ano, uma vez que a Turquia é considerada aliada estratégica pelo governo Obama no mundo muçulmano – ainda estão em curso. Como forma de evitar um maior aprofundamento dos impasses com os americanos, Netanyahu está correndo atrás do tempo perdido.
Além de aliviar o bloqueio a Gaza, o primeiro-ministro israelense tem tentado ressuscitar o processo de paz. Nesta segunda-feira, o ministro da Defesa, Ehud Barak, reúne-se com o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad. Pode não ser o ideal, mas o encontro é o primeiro resultado prático capaz de sinalizar a retomada das negociações a partir do trabalho de George Mitchell, enviado de Washington à região.
Apesar de a imprensa repercutir as declarações da Autoridade Palestina de que a reunião muda muito pouco, acredito que este seja um dado importante para Netanyahu apresentar quando se encontrar com o presidente americano. A reivindicação palestina de que conversações diretas – envolvendo o próprio premier israelense e o presidente palestino, Mahmoud Abbas – dependem da interrupção definitiva da construção de assentamentos coloca o atual governo israelense contra a parede.
Afinal, como parte importante da coalizão que sustenta Benjamin Netanyahu é formada por partidos que apoiam ideologicamente os assentamentos, é pouco provável que o governo Bibi consiga se manter se decidir abdicar de construir colônias na Cisjordânia. De certa forma, a inteligência do presidente Abbas conseguiu enxergar no atrito entre Netanyahu e a Casa Branca uma maneira de derrubar o atual governo de Israel.
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