O vazamento de 92 mil documentos supostamente secretos sobre a Guerra do Afeganistão expõe aspectos muito graves. Principalmente sobre a composição da cúpula do governo paquistanês. Mais uma vez, o serviço de inteligência do país, conhecido como ISI, é um dos principais implicados em diversas acusações. As ISI (na foto, seu comandante, general Shuja Pasha) são alvo de relatos sobre eventual traição à coalizão e acobertamento, interação e realização de operações conjuntas com o Talibã.
Grandes veículos de imprensa como New York Times, Guardian e Der Spiegel preferiram checar a enorme quantidade de informações antes de publicá-las. Devido à dificuldade de se chegar a qualquer conclusão, não liberaram todo o material, em nome da responsabilidade jornalística.
O comportamento desses veículos é correto. Mas, é possível verificar que o conteúdo dos documentos é muito chocante.
Em março de 2008, as ISI teriam ordenado Siraj Haqqani, militante conhecido que vive na região norte do Paquistão, a executar o assassinato de trabalhadores indianos que construíam rodovias no Afeganistão.
Os relatos dão conta ainda de planos para assassinar o presidente afegão, Hamid Karzai; envenenamento de bebidas destinadas aos militares da coalizão; e compra de mil motocicletas que seriam usadas em ataques suicidas.
Não é nada impossível que parte dos documentos contenha informação verdadeira. As ISI estão sob suspeita há muito tempo. Sua relação de fidelidade dupla já foi abordada aqui tantas outras vezes, principalmente durante a investigação dos atentados cometidos em Mumbai, na Índia, no final de 2008. Não seria surpresa para ninguém se provas sobre sua relação com o Talibã viessem à tona.
Grandes veículos de imprensa como New York Times, Guardian e Der Spiegel preferiram checar a enorme quantidade de informações antes de publicá-las. Devido à dificuldade de se chegar a qualquer conclusão, não liberaram todo o material, em nome da responsabilidade jornalística.
O comportamento desses veículos é correto. Mas, é possível verificar que o conteúdo dos documentos é muito chocante.
Em março de 2008, as ISI teriam ordenado Siraj Haqqani, militante conhecido que vive na região norte do Paquistão, a executar o assassinato de trabalhadores indianos que construíam rodovias no Afeganistão.
Os relatos dão conta ainda de planos para assassinar o presidente afegão, Hamid Karzai; envenenamento de bebidas destinadas aos militares da coalizão; e compra de mil motocicletas que seriam usadas em ataques suicidas.
Não é nada impossível que parte dos documentos contenha informação verdadeira. As ISI estão sob suspeita há muito tempo. Sua relação de fidelidade dupla já foi abordada aqui tantas outras vezes, principalmente durante a investigação dos atentados cometidos em Mumbai, na Índia, no final de 2008. Não seria surpresa para ninguém se provas sobre sua relação com o Talibã viessem à tona.
E boa parte dessa livre atuação das ISI se deve à natureza da Guerra do Afeganistão.
A coalizão ocidental precisa mais da ajuda do Paquistão do que o contrário. É através do território que passa boa parte dos suprimentos para as tropas. É em solo paquistanês, basicamente na região de fronteira com o Afeganistão, que os talibãs que combatem americanos e demais ocidentais se escondem e reabastecem. O Paquistão é um ator importante para os soldados da Otan e membros do Talibã. Mas nenhuma das partes é tão importante assim para o governo de Islamabad.
Na prática, o que as ISI e o governo do Paquistão precisam é do dinheiro fornecido principalmente pelos EUA. Desde 2001, o país recebe 1,5 bilhão de dólares anualmente. E tudo isso graças à instabilidade no Afeganistão. E aí basta um raciocínio lógico para entender o que vem acontecendo. Por que os paquistaneses teriam interesse na resolução da crise ao lado se é graças a ela que a poderosa ajuda financeira não para de chegar? Acho que esta é a pergunta a ser respondida.
A coalizão ocidental precisa mais da ajuda do Paquistão do que o contrário. É através do território que passa boa parte dos suprimentos para as tropas. É em solo paquistanês, basicamente na região de fronteira com o Afeganistão, que os talibãs que combatem americanos e demais ocidentais se escondem e reabastecem. O Paquistão é um ator importante para os soldados da Otan e membros do Talibã. Mas nenhuma das partes é tão importante assim para o governo de Islamabad.
Na prática, o que as ISI e o governo do Paquistão precisam é do dinheiro fornecido principalmente pelos EUA. Desde 2001, o país recebe 1,5 bilhão de dólares anualmente. E tudo isso graças à instabilidade no Afeganistão. E aí basta um raciocínio lógico para entender o que vem acontecendo. Por que os paquistaneses teriam interesse na resolução da crise ao lado se é graças a ela que a poderosa ajuda financeira não para de chegar? Acho que esta é a pergunta a ser respondida.
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