O Brasil acabou incluído na guerra verbal entre Colômbia e Venezuela. A reação raivosa do presidente colombiano, Álvaro Uribe, deveu-se somente à declaração de Lula ao ser questionado sobre o assunto: "não vejo nenhum conflito. Até agora, vi apenas um conflito verbal". Lula apenas respondeu a uma pergunta que lhe foi feita. Isso bastou para causar uma onda de reações, explicações, críticas. Não é por acaso. O presidente brasileiro está no foco de duas disputas. A crise entre Caracas e Bogotá, e a corrida eleitoral brasileira.
A acusação de Uribe sobre a presença das Farc na Venezuela mereceu o tratamento corriqueiro: a repercussão entre os líderes do continente. A falta de empenho na cobertura acabou causando esta crise. O jornalismo meramente declaratório e despreocupado com apuração e contextualização pautou os eventos políticos seguintes. Pouco se falou que Uribe deixa a presidência em menos de uma semana. Nada se comentou sobre o fato de seu sucessor, Juan Manoel Santos, ter mencionado o projeto de reconciliação com a Venezuela.
Após dois mandatos de intempéries com Chávez, Uribe poderia ficar marcado se, menos de um mês após sua saída, o novo presidente conseguisse engatar conversações com a Venezuela. Pior, poderia por em xeque o próprio Plano Colômbia, a ajuda financeira e logística americana que supera a casa dos 5 bilhões de dólares.
Uribe precisava criar problemas antes de deixar o governo. Para completar, nada melhor do que colocar em discussão a própria Unasul, instrumento diplomático criado pelos 12 países sul-americanos para debater as questões do continente. Bogotá levou a discussão direto para a Organização dos Estados Americanos (OEA), que conta com a participação dos EUA. E aí entra Lula pela primeira vez. Ele seria alvo do presidente colombiano mesmo se ficasse calado. O líder brasileiro é um dos maiores entusiastas da Unasul. Mais ainda, é indiscutível sua projeção internacional positiva. Ao criticar Lula, Uribe pretende questionar o modelo político independente representado pelo atual governo brasileiro.
A outra ponta deste imbróglio fica por conta do candidato à presidência José Serra. Já escrevi por aqui outras tantas vezes que, pela primeira vez, a política externa do Itamaraty seria ponto de discussão importante durante a campanha presidencial. E isso começou a se transformar em realidade. Serra aproveitou o episódio para tentar associar o PT às Farc. Índio da Costa foi mais longe e disse que o PT se alia a traficantes.
Como os indicadores econômicos e sociais do atual governo são bastante positivos, a ideia da oposição é tentar promover certo apavoramento entre o eleitorado. Isso já foi feito antes. A crise entre Colômbia e Venezuela é vista como uma oportunidade para resgatar esta estratégia. Aliás, o fato é mencionado no editorial de hoje do jornal Washington Post que aborda a crise entre os países.
A acusação de Uribe sobre a presença das Farc na Venezuela mereceu o tratamento corriqueiro: a repercussão entre os líderes do continente. A falta de empenho na cobertura acabou causando esta crise. O jornalismo meramente declaratório e despreocupado com apuração e contextualização pautou os eventos políticos seguintes. Pouco se falou que Uribe deixa a presidência em menos de uma semana. Nada se comentou sobre o fato de seu sucessor, Juan Manoel Santos, ter mencionado o projeto de reconciliação com a Venezuela.
Após dois mandatos de intempéries com Chávez, Uribe poderia ficar marcado se, menos de um mês após sua saída, o novo presidente conseguisse engatar conversações com a Venezuela. Pior, poderia por em xeque o próprio Plano Colômbia, a ajuda financeira e logística americana que supera a casa dos 5 bilhões de dólares.
Uribe precisava criar problemas antes de deixar o governo. Para completar, nada melhor do que colocar em discussão a própria Unasul, instrumento diplomático criado pelos 12 países sul-americanos para debater as questões do continente. Bogotá levou a discussão direto para a Organização dos Estados Americanos (OEA), que conta com a participação dos EUA. E aí entra Lula pela primeira vez. Ele seria alvo do presidente colombiano mesmo se ficasse calado. O líder brasileiro é um dos maiores entusiastas da Unasul. Mais ainda, é indiscutível sua projeção internacional positiva. Ao criticar Lula, Uribe pretende questionar o modelo político independente representado pelo atual governo brasileiro.
A outra ponta deste imbróglio fica por conta do candidato à presidência José Serra. Já escrevi por aqui outras tantas vezes que, pela primeira vez, a política externa do Itamaraty seria ponto de discussão importante durante a campanha presidencial. E isso começou a se transformar em realidade. Serra aproveitou o episódio para tentar associar o PT às Farc. Índio da Costa foi mais longe e disse que o PT se alia a traficantes.
Como os indicadores econômicos e sociais do atual governo são bastante positivos, a ideia da oposição é tentar promover certo apavoramento entre o eleitorado. Isso já foi feito antes. A crise entre Colômbia e Venezuela é vista como uma oportunidade para resgatar esta estratégia. Aliás, o fato é mencionado no editorial de hoje do jornal Washington Post que aborda a crise entre os países.
"como consequência, Jósé Serra um dos principais candidatos nas eleições brasileiras, disse ser inegável o abrigo de Chávez aos militantes das Farc".
A reação de Lula diante da maré que inundou Brasília após suas declarações foi a única possível: não se manifestar.
A reação de Lula diante da maré que inundou Brasília após suas declarações foi a única possível: não se manifestar.
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