Relatório divulgado nesta sexta-feira pela organização de direitos humanos Human Rights Watch afirma que a situação na Síria piorou nos últimos anos. O jovem Bashar al-Assad, subtituto de seu pai, Hafez, no poder, não conseguiu pôr em prática os planos de abertura do país. Na verdade, o atual presidente sírio teve de fazer uma escolha pessoal: dava mais abertura e corria o risco de sofrer um golpe ou mantinha a política de repressão aos dissidentes e permanecia no cargo.
Já se sabe o que aconteceu. O relatório dá mais detalhes sobre as contradições de Assad, o filho, desde sua posse, há dez anos. Após o discurso que marcou o início de seu governo, a oposição saiu do esconderijo incentivada pelo próprio presidente eleito. A sociedade civil novamente passou a se reunir em grupos abertamente. Parecia que os ventos de mudança haviam atingido o país.
Mas, transcorrido menos de um ano de mandato, a situação sofreu um revés importante: opositores voltaram a ser perseguidos e foram parar na cadeia por exigir mais liberdade; a imprensa independente foi colocada na ilegalidade. Como lembra Nadim Houry, pesquisador da Human Rights Watch dedicado a analisar Síria e Líbano, os dois únicos jornais privados autorizados a cobrir política no país pertencem a empresários ligados ao governo de Assad.
A Síria é hoje um país aberto ao investimento estrangeiro. De fato, passou a ser um destino turístico bastante procurado pelos europeus. Essa foi a principal marca da administração atual.
Pode até ser que Bashar al-Assad pretendesse modificar de verdade a Síria. Mas por lá, como em boa parte dos países vizinhos, existe grande resistência das tradicionais oligarquias políticas e de poder internas. E isso explica os motivos que levaram o presidente a retroceder. Mais do que isso, as distintas ramificações religiosas existentes no país acabaram por se transformar em impedimentos para a implantação de uma nova realidade.
O clã Assad é parte da minoria alauíta. Vistos por parte dos muçulmanos como hereges, os alauítas correspondem a apenas 12% da população síria - cuja maioria, 74%, professa o islamismo sunita. O partido presidencial, o também alauíta Baath, ameaçou abandonar Bashar al-Assad. Caso desse continuidade às reformas, ele seria deposto e substituído por oficiais do exército do país. Se isso não justifica a esquizofrenia em que hoje se encontra a Síria, pelo menos explica boa parte do regime linha dura que se reproduz no poder.
Já se sabe o que aconteceu. O relatório dá mais detalhes sobre as contradições de Assad, o filho, desde sua posse, há dez anos. Após o discurso que marcou o início de seu governo, a oposição saiu do esconderijo incentivada pelo próprio presidente eleito. A sociedade civil novamente passou a se reunir em grupos abertamente. Parecia que os ventos de mudança haviam atingido o país.
Mas, transcorrido menos de um ano de mandato, a situação sofreu um revés importante: opositores voltaram a ser perseguidos e foram parar na cadeia por exigir mais liberdade; a imprensa independente foi colocada na ilegalidade. Como lembra Nadim Houry, pesquisador da Human Rights Watch dedicado a analisar Síria e Líbano, os dois únicos jornais privados autorizados a cobrir política no país pertencem a empresários ligados ao governo de Assad.
A Síria é hoje um país aberto ao investimento estrangeiro. De fato, passou a ser um destino turístico bastante procurado pelos europeus. Essa foi a principal marca da administração atual.
Pode até ser que Bashar al-Assad pretendesse modificar de verdade a Síria. Mas por lá, como em boa parte dos países vizinhos, existe grande resistência das tradicionais oligarquias políticas e de poder internas. E isso explica os motivos que levaram o presidente a retroceder. Mais do que isso, as distintas ramificações religiosas existentes no país acabaram por se transformar em impedimentos para a implantação de uma nova realidade.
O clã Assad é parte da minoria alauíta. Vistos por parte dos muçulmanos como hereges, os alauítas correspondem a apenas 12% da população síria - cuja maioria, 74%, professa o islamismo sunita. O partido presidencial, o também alauíta Baath, ameaçou abandonar Bashar al-Assad. Caso desse continuidade às reformas, ele seria deposto e substituído por oficiais do exército do país. Se isso não justifica a esquizofrenia em que hoje se encontra a Síria, pelo menos explica boa parte do regime linha dura que se reproduz no poder.
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