sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Nova teoria sobre os atentados
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Ninguém consegue explicar os ataques na Índia
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Velhos hábitos talibãs no novo Afeganistão
A banalidade do injustificável motivo para a realização do ataque torna o crime ainda mais perverso, revoltante e inadmissível: a ação faz parte de uma campanha conduzida há tempos pelo Talibã que pretende impedir mulheres de ter acesso à educação. Para tornar ainda mais clara a firme posição dos fundamentalistas a respeito do assunto, vale a informação de que até 2001 - quando os Estados Unidos expulsaram o governo Talibã do poder - as mulheres eram proibidas de freqüentar as escolas afegãs.
Nesta quinta-feira, dez homens foram presos acusados de participação no ataque. Para realizá-lo, os terroristas receberam cerca de 2 mil reais e usaram armas de brinquedo. Para complicar ainda mais os acontecimentos da região, os militantes são afegãos que vivem no Paquistão.
Ataques do Talibã a escolas do país não são incomuns. O objetivo é desencorajar a educação laica de todas as formas. Mesmo que para isso seja necessário assassinar estudantes, queimar escolas - como se tornou comum a partir de 2004 - ou, como no caso descrito, jogar ácido em mulheres.
Não importa. Para os fundamentalistas esclarecimento é um perigo tão grande que para evitá-lo é permitido qualquer sacrifício ético, moral ou mesmo religioso.
E a impunidade dos criminosos apenas alimenta a espiral da vingança. Uma professora de 23 anos de idade atingida no ataque pediu ao governo afegão que jogue ácido no rosto dos criminosos.
Clique aqui para ler o artigo do presidente afegão, Hamid Karzai, sobre o incidente. Ele lembra dos ganhos obtidos a partir da ofensiva americana de 2001, como a queda nos índices de mortalidade infantil, avanços na saúde e a existência de imprensa livre pela primeira vez na história do país.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
As entrelinhas da visita oficial de Medvedev ao Brasil
Oficialmente, Medvedev estará em solo brasileiro para buscar a assinatura de acordos comerciais nas áreas de defesa e cooperação militar. Como o Brasil busca renovar a frota de jatos da Força Aérea Brasileira (FAB), muita gente está interessada em visitar o país. Afinal, a venda de pelo menos uma centena de aviões desse tipo e de outros equipamentos envolve cifras que possivelmente chegarão à casa de bilhões de dólares.
Entretanto, os aviões de fabricação russa Sukhoi não estão incluídos na fase final de avaliação das autoridades brasileiras porque a Rússia enxerga o Brasil apenas como comprador, e não pretende transferir tecnologia militar ao país. "Estamos muito mais avançados em nossa parceria estratégica com os franceses", disse o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger. "Queremos importar tecnologia e inteligência, não trabalho bruto", complementou o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Seguramente Medvedev já conhece essa posição. Mas ele vem ao Brasil também para marcar posição num momento em que a Rússia está cada vez mais isolada politicamente. O grande acontecimento da estratégia de relações internacionais russa na América-latina seguramente não é a visita ao Brasil. Mas a chegada de uma frota de navios à Venezuela para a realização de exercícios militares conjuntos - Chávez anunciou em julho deste ano que pretende comprar 30 bilhões de dólares em armamentos de Moscou.
Muitos observadores acreditam que a aproxamiação com a América-latina é uma tentaiva de escapar das armadilhas que o próprio governo russo criou na Europa, uma vez que a Rússia hoje está "cercada" por ex-repúblicas soviéticas filiadas à OTAN.
A aliança com Venezuela, Cuba e Brasil pode ser uma maneira de chamar a atenção dos Estados Unidos e confrontar os norte-americanos em sua área de influência. Mas os termos usados agora estão obsoletos. Não apenas pela passagem do tempo, como também por uma significativa mudança na dinâmica internacional.
Por isso, é simplesmente impossível reviver o período e os conceitos da Guerra Fria, mesmo que Medvedev e o primeiro-ministro Putin sonhem com isso todas as noites. Por várias razões: os Estados Unidos já não têm como diretriz a divisão do mundo com a Rússia. Simplesmente, o governo norte-americano não pode e não quer retornar para o velho jogo de xadrez interplanetário.
Principalmente, a Rússia já não é uma superpotência há muito tempo; muito pelo contrário. Há novos atores internacionais que hoje influenciam as decisões estratégicas do planeta muito mais que a Rússia, como os grupos terroristas, as organizações multilaterais (como a União Européia, por exemplo) e a própria difusão instantânea de informação e comunicação.
***
Em tempo - A Rússia pretende abrir escritórios da Gazprom por aqui - a gigante de petróleo e gás russa. A empresa é uma das aliadas da política atual de Medvedev e do presidente Vladimir Putin, que, graças à grande reserva desses recursos, continua a ter o mínimo de diálogo com os países europeus. Mesmo que para realizar essas transações comerciais os países consumidores se vejam levados a fechar os olhos para abusos do Kremlin, como o assassinato de jornalistas - foram 13 mortos durante o período em que Putin foi presidente (leia mais sobre a morte de Anna Politkovskaya aqui).
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Os resultados das eleições venezuelanas na imprensa mundial
Antes, porém, de apresentar como a parte mais importante da imprensa mundial tratou desse assunto, é preciso dizer claramente que os candidatos aliados de Chávez venceram em 17 dos 22 estados venzuelanos. E vale também lembrar que, ao contrário daqui, na Venezuela o voto não é obrigatório. Na votação deste domingo, 65% dos 17 milhões de eleitores compareceram às urnas.
Com um discurso provocador, anti-americano, polêmico, assumidamente socialista e repleto de slogans, Chávez conseguiu atrair atenção mundial. Ah, além disso, ele não esconde de ninguém seu longo projeto de poder e também faz alianças com países de declarada oposição aos Estados Unidos.
Dito isso, não se pode absolutamente reclamar da extensa cobertura internacional das eleições venezuelanas. Foram editoriais de todos os tipos, além de matérias que fazem um balanço dos resultados de acordo com o olhar que mais convém a cada veículo.
Comecemos por aqui. O jornal O Globo publica a seguinte manchete: "partido de Chávez vence eleições em 17 estados da Venezuela". O texto, entretanto, lembra da vitória da oposição e explica como o presidente venezuelano perdeu em estados onde vivem 65% dos eleitores.
O grupo de comunicação britânico BBC é menos sutil: "oponentes de Chávez obtêm ganhos nas urnas". O subtítulo lembra, entretanto, que os aliados do presidente foram vitoriosos em 17 estados. Já o também britânico The Guardian opta por ressaltar a vitória do presidente venezuelano. "partido de Chávez domina eleições regionais" é a manchete do jornal que também publica a entrevista do cientista político local Luis Vicente Leon para quem os resultados foram sensacionais para a oposição.
O jornal mais importante do mundo, o The New York Times, deixa claro para qual lado pende - uma tendência do jornalismo norte-americano de honestamente admitir parcialidade. "oposição venezuelana ganha em votos", diz a manchete. A matéria recorda ainda que os resultados de domingo foram o que a publicação americana chama de a segunda derrota recente de Chávez após a população do país recusar, em dezembro de 2007, a mudança constitucional que acabaria com os limites para reeleições presidenciais. Também publica as análises de Luis Vicente Leon - o mesmo entrevistado pelo Guardian.
Já a rede de notícias CNN aborda o resultado de maneira diferente. "Chávez passa pelo teste dos votos", diz a manchete. O texto analisa os resultados, entrevista um cientista político que expõe as intenções de permanência do poder do presidente e também cita os ganhos da oposição.
Chávez talvez tenha conseguido mais do que simplesmente as sucessivas reeleições ou, em menor grau, os últimos resultados nas urnas. Hoje ele é um popstar de controvérsia capaz de atrair a atenção dos veículos de comunicação mais importantes do mundo. Muito possivelmente, isso o agrada bastante. Mais até do que os mandatos presidenciais.
domingo, 23 de novembro de 2008
A disputa com o Equador não interessa ao Brasil
O presidente Rafael Correa adota o discurso morde e assopra, tentando ganhar tempo até decidir se está disposto a arriscar as relações com o Brasil em nome da defesa do que considera direitos do povo equatoriano.
Neste sábado, a nota oficial emitida por Quito demonstra uma mensagem de Correa não apenas em relação ao caso Odebrecht, mas também direcionada à própria maneira do governo brasileiro de conduzir políticas públicas.
"O governo do Equador deplora a decisão adotada pelo governo do Brasil de chamar em consultas seu embaixador e reitera sua permanente disposição para continuar mantendo as relações bilaterais em alto nível de amizade e cooperação. (...) a disputa deve ser resolvida por canais jurídicos estabelecidos pelos dois países de acordo com convênios existentes entre o Equador e a companhia privada envolvida, sem que esta situação afete as relações existentes entre os povos e governos dos dois países".
O texto tenta distanciar as relações entre os dois Estados e a controvérsia com a Odebrecht. Dá a entender que o governo brasileiro não deveria se esforçar e se desgastar para defender uma empresa privada, como se esta disputa não interessasse aos próprios cidadão brasileiros.
O problema é que, se o Equador der calote na Odebrecht, perdem-se para sempre os 243 milhões de reais emprestados pelo BNDES - banco público brasileiro que trabalha com, dentre outros recursos, impostos arrecadados dos contribuintes do Brasil.
Além disso, um dos questionamentos de Correa quanto ao contrato diz respeito ao repasse de verbas. Como o crédito foi destinado diretamente à Odebrecht, o presidente equatoriano demonstra insatisfação com o fato de a dívida estar legalmente descrita como uma pendência financeira entre Equador e Brasil.
Ora, não faria sentido o BNDES enviar esta enorme quantia para o governo equatoriano se , depois disso, os 243 milhões de reais seriam repassados à própria construtora brasileira. O fato é que se a usina hidrelétrica San Francisco - obra que gerou toda essa discussão - é um patrimônio equatoriano, a dívida relativa ao dinheiro que a construiu também é. Simples assim.
Se, como afirmam as autoridades do Equador, a obra não supre as necessidades do país ou não fornece a quantidade de energia elétrica prevista em contrato, isso é uma questão a ser decidida entre as três partes interessadas: o governo equatoriano, o brasileiro - representando o BNDES - e a Odebrecht.
O questionamento do Palácio do Itamaraty - e a razão pela qual o embaixador Antonio Marques Porto foi convocado de volta - é que o governo brasileiro foi surpreendido por uma ação apresentada na Câmara de Comércio Internacional (CCI) sem qualquer consulta prévia.
Ao governo brasileiro, e ao presidente Lula em particular - cujos índices de aprovação permitem uma certa tranqüilidade em meio à confusão mundial -, não interessa um desgaste internacional num momento em que ninguém quer aparentar o mínimo de instabilidade diante dos mercados.
Apesar de possivelmente concordar ideologicamente com seus pares mais controversos na América Latina, Lula se esforça para manter distância segura da explosividade retórica de Chávez, Evo, Lugo e Correa. É uma decisão inteligente diante da impossibilidade de prever as conseqüências da crise financeira e, mais ainda, da insegurança dos investidores na estabilidade política da região.
Tudo o que Lula e nós não precisamos é chamar a atenção do planeta com disputas políticas levadas a cortes internacionais e, menos ainda, com controvérsias envolvendo perda de patrimônio financeiro do país.
Para piorar ainda mais a situação, as autoridades equatorianas revelam que esta ação contra o Brasil na CCI faz parte de uma séries de decisões que avaliam as possibilidades de Quito declarar moratória ao pagamento de juros da dívida externa contraídas com instituições financeiras internacionais.
sábado, 22 de novembro de 2008
Evidências de urânio são encontradas na Síria; Irã reprime supostos colaboradores de Israel
Pouco mais de um ano depois - para ser mais exato, nesta semana - inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgaram as conclusões das amostras colhidas em solo sírio: foram encontrados traços de urânio que já haviam passado por alterações químicas.
Além de revelar a matéria-prima fundamental para pretensões nucleares, o relatório também informa que o grande número de bombas d'água do complexo sírio seriam suficientes para a construção de uma instalação nuclear próxima ao rio Eufrates.
O documento menciona ainda que as autoridades sírias têm negado o acesso dos funcionários da AIEA para a realização de novas inspeções no local do ataque, bem como a outros três pontos onde se acredita que um reator possa ser construído.
Curisamente, havia a possibilidade do início de negociações de paz indiretas entre israelenses e sírios - que com os fatos divulgados nesta semana devem perder força.
O relatório vem a público justamente no momento em aumentam as tensões entre Israel e Irã - cuja cooperação militar com a Síria torna ainda mais complicada a situação israelense na região.
Os acontecimentos desta semana deixam claro como o discurso iraniano anti-israelense está sendo aplicado na prática entre sua própria população.
O empresário de Teerã, Ali Ashtari, foi oficialmente enforcado - se é que se pode chamar assim - depois de "confessar" ter espionado para Israel. Segundo a IRNA, a agência de notícias oficial do Irã, Ashtari teria recebido um empréstimo de agentes israelenses no valor de 50 mil euros.
Hossein Derakhshan, blogueiro iraniano, também foi preso depois de visitar Israel, em 2007. Ele tem cidadania canadense e foi levado a interrogratório logo após chegar à capital iraniana. Segundo o site de notícias Jahan News, ele também "confessou" espionar para Israel.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Tendências para 2025
Algumas conclusões da pesquisa estão longe de surpreender. É o caso, por exemplo, da decadência da economia americana - mais evidente do que nunca - e da possibilidade concreta de o mundo se tornar multipolarizado devido ao crescimento militar de países como Índia e China, e, até mesmo, de o Brasil ocupar um papel econômico importante num planeta que vai precisar se acostumar à escassez de recursos.
Por mais interessante que sejam essas previsões - aliás, a proximidade de dezembro parece detonar esse aparente instinto humano de tentar adivinhar o futuro, mesmo quando ele surge cercado de rigor científico, como é o caso desta pequisa -, sempre tendo a analisá-las com um certo ceticismo. Afinal, a humanidade é tão criativa, e as mudanças vêm acontecendo com tamanha rapidez, que previsível mesmo é que algum grande acontecimento pré- 2025 desmorone parte das tais tendências divulgadas pelo Conselho Nacional de Inteligência.
Isso já ocorreu antes, afinal esses estudos são realizados a cada cinco anos. E os enganos já foram muitos, como recorda o jornalista da BBC Paul Reynolds.
"Em 1980, Ronald Reagan disputava as eleições presidenciais com Jimmy Carter. Uma das bandeiras de campanha de Reagan era a necessidade de preparar os Estados Unidos, uma vez que o país estava próximo de ser ultrapassado por União Soviética e Japão. Naquela época, o Japão representava uma ameaça à liderança econômica americana semelhante à exercida hoje pela China", escreve.
Ninguém imaginava, entretanto, que numa garagem do subúrbio um jovem e desconhecido Bill Gates começava a revolucionar o planeta com o surgimento da nova e poderosa indústria dos computadores pessoais.
Voltando às previsões divulgadas nesta sexta-feira, o estudo também aponta a tendência da diminuição do poder da al-Qaeda. Segundo o relatório, isso deve acontecer por três importantes fatores: ideologia inflexível, objetivos estratégicos inatingíveis e dificuldade em se tornar um movimento de massa. De fato, é cada vez maior a impopularidade do grupo no mundo muçulmano.
Além de todos esses argumentos, a eleição de Barack Obama esfriou o discurso anti-americano - a principal luta da al-Qaeda, já que seus membros não admitem qualquer possibilidade de diálogo, acordo, deposição de armas etc. Em boa parte, a perda de popularidade entre os próprios muçulmanos explicaria o desespero da mensagem divulgada nesta semana atacando Obama ao chamá-lo de traidor da causa negra. Não deixa de ser uma tentativa de motivar os radicais ou mesmo radicalizar aqueles que se mostrariam favoráveis a um diálogo com Obama.
De qualquer forma, além das previsões óbvias, o estudo soa mais como um documento curioso para nos surpreendermos daqui a alguns anos quando pudermos checar quantas variáveis apareceram no meio do caminho até 2025. Mas é bem possível que ele sirva de diretriz para certas decisões ou abordagens políticas mais imediatas da Casa Branca.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
A complexidade por trás do anúncio da Autoridade Palestina nos jornais israelenses
"Cinqüenta e sete países árabes e muçulmanos irão estabelecer relações diplomáticas com Israel em troca de um acordo de paz completo e do fim da ocupação (dos territórios conquistados pelo Estado Judeu, em 1967)", diz o texto.
É uma jogada de mestre da AP, que busca assim conquistar a maior parte da opinião pública do Estado Judeu -bastante favorável a fim dos conflitos com os palestinos.
Mas, como tudo na região, a situação é bem mais complexa do que parece. Apesar de contar com o apoio de figuras importantes da política mundial, o plano ainda precisa de muitos ajustes. Ele, por exemplo, reivindica o retorno dos refugiados palestinos para o interior do Estado de Israel, não para as fronteiras do futuro Estado Palestino.
O maior empecilho a esta demanda é inerente à própria existência de Israel. A acomodação de 700 mil palestinos hoje dentro de Israel não é simplesmente uma complicação logística, mas, principalmente, inviabiliza o país em sua proposta mais fundamental: ser um Estado Judeu.
Esta nova população alteraria o eqüilíbrio demográfico de Israel e, em alguns anos, a maioria da população do país - devido ao histórico da taxa de natalidade entre a população muçulmana - não seria judia.
Na prática - mais do que questões consideradas fundamentais como o status de Jerusalém ou a devolução das das Colinas de Golan à Síria -, o destino dos refugiados palestinos é o fator que mais complica a assinatura de um acordo de paz.
Israel não pretende deixar de ser um Estado de maioria populacional judaica e, como alternativa, propõe uma compensação financeira a cada família que deixou a região nas Guerras de 1948 e 67. Além disso, argumenta que, da mesma forma que após sua independência recebeu 1 milhão de judeus expulsos dos países árabes e integrou-os à sociedade, os palestinos deveriam fazer o mesmo com aqueles que decidirem retornar para o futuro Estado Palestino.
Sobre a iniciativa da publicação do anúncio, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor, lembrou o controle exercido pela Autoridade Palestina sobre os veículos de imprensa. "Este é um gesto que nunca terá recíproca. Você pode imaginar palestinos permitindo que o governo israelense faça o mesmo?", disse.
Clique aqui para conhecer mais detalhes sobre o plano de paz apresentado pela Liga Árabe em 2002. O link oferece também análises sobre a iniciativa.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
A guerra do mar
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Novidades no front iraquiano
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
As notícias nada animadoras que chegam do Congo
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
O Hamas e os Estados Unidos
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
O mapa da guerra
Ao lado, o mapa da próxima empreitada militar americana. Depois de Iraque e Afeganistão, as ações estão cada vez mais rumando para o leste. A imagem mostra a região de fronteira entre Paquistão e Afeganistão.
Mudança de foco
Artigo publicado no The Guardian pelo jornalista inglês Jonathan Freeland comenta as declarações feitas por Obama ao The Washington Post sobre seu compromisso de continuar em busca de Osama Bin Laden e seus aliados da al-Qaeda.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Primeira Guerra Mundial
Isolacionismo russo
Os motivos para a decisão não apenas estão claros, como foram ditos textualmente pelos governos de Suécia e Reino Unido, dois dos países mais críticos à guerra na Ossétia do Sul.
"as negociações são a maneira mais pragmática de irmos em busca de nossos interesses numa variada gama de questões importantes, como energia, mudanças climáticas e comércio", diz o comunicado.
O caso ilustra bem como, apesar da clara desconfiança em relação à política externa atual do Kremlin, os Estados europeus se vêem sem alternativa e força de pressão sobre a dupla Putin-Medvedev que - para sorte deles e azar de todos os demais, inclusive da própria população russa - estão sentados sobre a maior reserva de gás da Europa.
Como já escrevi em outro texto, o rigoroso inverno europeu se aproxima e nenhum dos líderes dos países ocidentais teria como justificar internamente um boicote ao gás russo devido à discordância por conta do jogo das relações internacionais.
Entretanto, se não fosse pelas reservas que possui, a Rússia estaria ainda mais isolada. A eleição de Obama foi um duro golpe nos países que tinham o contraponto aos Estados Unidos como estratégia única na formação de alianças - caso da atual política externa russa.
Estados que nos últimos anos se mostravam absolutamente desinteressados de qualquer tipo de relacionamento com os EUA acenaram - mesmo que discretamente - com a possibilidade de diálogo com o novo governo americano. Foi o caso de Venezuela, Síria e até do Irã.
As vozes de oposição em Moscou já começam a se manifestar. Em breve, alguns trechos de uma análise bastante interessante da maneira como pensa a elite política e econômica russa.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Militares americanos teriam atuado secretamente no exterior em busca de terroristas da al-Qaeda
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Bush X McCain
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
A vitória de Obama
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
A vida dura do próximo presidente americano
Seja quem for o eleito, o próximo presidente vai receber de bandeja uma dívida federal de 1 trilhão de dólares. As últimas notícias mostram a queda de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no pior resultado desde o índice negativo de 1,4% no terceiro trimestre de 2001, depois dos atentados de 11 de setembro.
O próximo governante americano terá em suas mãos a situação econômica mais grave dos Estados Unidos em 80 anos. O preço da gasolina caiu, mas esta não é uma novidade a ser comemorada. Ocorre devido à queda no consumo, e as rodovias registraram redução no tráfego de 3,6% em relação ao ano passado.
No campo das relações externas, os desafios são enormes. Por menos piores que tenham sido as últimas estatísticas de baixas americanas no Iraque, o efetivo militar dos Estados Unidos enfrenta grande dificuldade para controlar a situação no Afeganistão. No total, até o final do dia 3 de novembro, 4.775 soldados americanos perderam suas vidas nas duas ofensivas.
Além disso, a diplomacia e os serviços de segurança dos Estados Unidos terão de lidar com a possibilidade de um Irã nuclear, a retomada das sensíveis relações com a Rússia, a crescente onda de terrorismo na Índia e no Paquistão, a ameaça econômica e militar da China, a provável sucessão na Coréia do Norte, além de encontrar uma maneira de frear a influência de Chávez na América Latina e suas alianças com Síria, Irã e Rússia. E, é claro, a tentativa de costurar um acordo de paz definitivo entre israelenses e palestinos.
Curiosamente, esses dilemas podem ser colocados diante de Obama, cujo perfil internacionalista se contrapõe ao do atual presidente George W. Bush. Vale lembrar, entretanto, que foram os atentados de 11 de setembro os responsáveis por forçar este último a se aventurar além das fronteiras. Para refrescar a memória, Bush não tinha qualquer interesse de se tornar um grande estadista ou fazer um governo marcado pela política externa - como de fato ocorreu.
Apesar disso tudo, a Presidência americana é disputadíssima. Até porque, a oportunidade de mostrar trabalho é enorme. Portanto, quem conseguir resolver metade das complexas questões que o momento apresenta, terá feito seguramente um ótimo governo e poderá terminar este primeiro mandato com um índice de popularidade semelhante ao de Bill Clinton, que, em 2001, deixou a Casa Branca respaldado por uma taxa de aprovação de 67%.
domingo, 2 de novembro de 2008
O continente que não existe
A África é o maior continente do planeta. Mas poderia ser o menor. Talvez seja mesmo. A morte de milhões de seus habitantes não é, não foi e aparentemente nunca vai ser uma preocupação dos governos dos países mais poderosos do mundo.
A atual crise da República Democrática do Congo - que já foi Congo Belga, Zaire e voltou a ser Congo - mereceu uma certa preocupação da ONU. Para proteger a população civil, a instituição cujo objetivo era garantir a paz no planeta deslocou para o país um efetivo de 17 mil soldados. É deles a missão de impedir mais uma tragédia humanitária.
Irã, Rússia, China, dentre outros nove países, continuam a fornecer armas para a milícia árabe Janjaweed, organização responsável pela morte - até o momento - de cerca de 300 mil negros não-muçulmanos desde 2003 em Darfur, no Sudão. Segundo a ONG britânica Oxfam, mil pessoas são forçadas a abandonar suas casas a cada mês. Mesmo assim, dos 26 mil soldados das forças de paz da ONU previstos para combater a violência na região, apenas um terço foi enviado.
E nenhum país se opõe de fato ao massacre diário em Darfur. Pelo contrário. Afinal, ninguém quer deixar de comerciar com a China ou abre mão de estreitar laços com o Irã. Os discursos são sempre vazios quando se trata de evitar mais um massacre no continente. A cada dia, fica claro que o mundo se lembra da África apenas quando se trata de admirar rostos tristes e sofridos na capa da National Geographic. Biafra, Somália, Ruanda, Serra Leoa, Sudão, Congo e tantos outros são simplesmente nomes de tragédias que o mundo fez muito pouco para evitar.
Abaixo, a reportagem mostra que muitos civis têm atacado os comboios da ONU demonstrando revolta pelo que consideram descaso das Nações Unidas com o genocídio iminente. A ONU argumenta que o papel das Forças de Paz é apenas o de tentar proteger civis, e não se envolver em conflitos diretos com os rebeldes.