Cerca de um milhão de pessoas foram deslocadas de suas casas na República Democrática do Congo. Não é a primeira vez que grandes populações africanas estão prester a sofrer massacres. E não será a última seguramente.
A África é o maior continente do planeta. Mas poderia ser o menor. Talvez seja mesmo. A morte de milhões de seus habitantes não é, não foi e aparentemente nunca vai ser uma preocupação dos governos dos países mais poderosos do mundo.
A atual crise da República Democrática do Congo - que já foi Congo Belga, Zaire e voltou a ser Congo - mereceu uma certa preocupação da ONU. Para proteger a população civil, a instituição cujo objetivo era garantir a paz no planeta deslocou para o país um efetivo de 17 mil soldados. É deles a missão de impedir mais uma tragédia humanitária.
Irã, Rússia, China, dentre outros nove países, continuam a fornecer armas para a milícia árabe Janjaweed, organização responsável pela morte - até o momento - de cerca de 300 mil negros não-muçulmanos desde 2003 em Darfur, no Sudão. Segundo a ONG britânica Oxfam, mil pessoas são forçadas a abandonar suas casas a cada mês. Mesmo assim, dos 26 mil soldados das forças de paz da ONU previstos para combater a violência na região, apenas um terço foi enviado.
E nenhum país se opõe de fato ao massacre diário em Darfur. Pelo contrário. Afinal, ninguém quer deixar de comerciar com a China ou abre mão de estreitar laços com o Irã. Os discursos são sempre vazios quando se trata de evitar mais um massacre no continente. A cada dia, fica claro que o mundo se lembra da África apenas quando se trata de admirar rostos tristes e sofridos na capa da National Geographic. Biafra, Somália, Ruanda, Serra Leoa, Sudão, Congo e tantos outros são simplesmente nomes de tragédias que o mundo fez muito pouco para evitar.
Abaixo, a reportagem mostra que muitos civis têm atacado os comboios da ONU demonstrando revolta pelo que consideram descaso das Nações Unidas com o genocídio iminente. A ONU argumenta que o papel das Forças de Paz é apenas o de tentar proteger civis, e não se envolver em conflitos diretos com os rebeldes.
domingo, 2 de novembro de 2008
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2 comentários:
Gostaria muito de saber quais são as posições "comuns" entre Brasil e Irã a que se refere o chanceler iraniano... Celso Amorim deveria esclarecer isso...
Que medo!
Beijo,
Bianca
Parabéns, comandante Galsky. ótimo texto e ótimo blog. tem uma comparação engraçada, e ao mesmo tempo trágica (ou vice-versa):
a europa consome, anualmente, mais sorvete do que a áfrica consome em alimentos. legal, não?
a gente merece isso aí mesmo
abs, fábio.
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