Como em todo o território africano, as tentativas de acordo são falhas muito por conta da visão eurocêntrica dos mediadores dos conflitos. O fato é que não estão absolutamente claros os motivos que deram início à atual escalada de violência, mas há sinais de que não são muito diferentes das razões por trás das demais guerras responsáveis pela morte de milhões de africanos: diferenças étnicas e interesses econômicos.
É bem provável, entretanto, que o genocídio dos tutsis em Ruanda, em 1994, tenha motivado Nkunda a tomar medidas drásticas para oferecer proteção à etnia agora quando existe um temor de que haja novos enfrentamentos com os Hutus. Longe de ser o mocinho da história - os conflitos internacionais não permitem este maniqueísmo -, Nkunda é acusado de cometer crimes de guerra e contra a humanidade.
De fato, a paz nunca foi estabelecida entre as duas partes, mas, em 2006, a União Européia e a ONU já haviam chegado a uma solução que, do ponto de vista ocidental, soava bastante adequada: determinaram a realização de eleições no Congo. O grande erro é que ambos os organismos internacionais ignoraram que minoria tutsi iria perder nas urnas.
Assim, antes mesmo do pleito, o General Nkunda levou suas forças para a província de Kivu do Norte (palco da violência atual), e os rebeldes passaram a atacar a população civil não-tutsi.
É triste notar como um erro estratégico dos mediadores pode ter sido responsável pela tragédia humana de hoje - um simples equívoco na maneira de examinar a balança de poderes nada convencional dos países da África.
Clique aqui para ler uma breve biografia de Laurent Nkunda publicada pela organização independente Human Rights Watch. O texto lista o histórico de seus crimes, que incluem estupros e assassinatos em massa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário