Depois da indiscutível vitória Democrata em todos os aspectos eleitorais, o presidente Bush deixará a Casa Branca ainda sob o impacto de alguns números altamento negativos: além do azar da crise econômica ter dado um nocaute justamente no último round de seu governo, passa para a História como o líder americano a quase bater o recorde de desaprovação interna ostentado por Harry Truman em 1952 (somente 22% de americanos satisfeitos).
Muito por causa da crise, em setembro deste ano a administração Bush chegou bem perto do último limite de impopularidade; somente 27% dos americanos disseram ao Instituto Gallup apoiarem suas decisões. Foi o pior índice registrado desde que chegou à presidência e fez Bush se unir a Truman e Richard Nixon como os únicos que obtiveram percentual igual ou inferior aos tais 27% de aprovação popular.
Certamente o recado dado pelas urnas e os índices das pesquisas de popularidade desagradam ao presidente. Mas não necessariamente a derrota de McCain foi pessoalmente ruim para Bush.
Como deixou claro ao longo de toda a campanha, McCain fez um enorme esforço para desvincular sua imagem à do presidente. E não apenas pela óbvia insatisfação popular com assuntos como crise financeira e guerra do Iraque.
A biografia política de McCain é marcada por confrontos com Bush que chegaram ao auge em 2004. Além de ter recebido uma proposta direta para mudar de partido, McCain foi sondado por John Kerry para ser seu vice nas eleições presidenciais daquele ano. McCain seria o vice do candidato democrata, algo inédito na política americana. Do outro lado da disputa e que mais tarde seria reeleita, a chapa Bush-Cheney.
Seguramente, Bush não está rompendo em lágrimas pela derrota de McCain.
No vídeo abaixo, George W. Bush discursa e dá os cumprimentos oficiais ao presidente eleito e menciona os serviços prestados por John McCain ao país. Também aproveita para dar uma leve alfinetada no slogan de campanha de Obama e para reafirmar sua própria agenda política ao longo desses dois mandatos - o forte investimento em segurança.
"A longa campanha terminou e agora seguimos em frente como uma única nação. Estamos começando um período de mudanças em Washington, embora sempre haverá valores que nós nunca vamos mudar. O governo dos Estados Unidos vai permanecer alerta em sua responsabilidade mais importante: proteger o povo americano".
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