segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Militares americanos teriam atuado secretamente no exterior em busca de terroristas da al-Qaeda

Ainda na esteira do fim da Era Bush, a edição desta segunda-feira do The New York Times traz uma matéria que promete causar grande repercussão em todo o mundo.  Segundo fontes anônimas ouvidas pelo jornal, as Forças de Operações Especiais realizaram, desde 2004, cerca de uma dezena de ataques a alvos da al-Qaeda em países que não estavam em guerra com os EUA, como Síria, Paquistão e outros. 

No caso do Paquistão, a situação é ainda mais grave porque o país é considerado um aliado americano na região. 

O sinal verde para as operações secretas no exterior teria sido dado em caráter de sigilo absoluto pelo então secretário de defesa Donald Rumsfeld e contava com aprovação do presidente Bush. A diretriz previa o ataque a alvos da al-Qaeda em qualquer parte do mundo. 

O vazamento desta informação seria a explicação mais plausível para as recentes incursões americanas na Síria e no Paquistão. Para relembrar os dois casos, clique aqui e aqui

A reportagem do Times identifica ainda de 15 a 20 países que serviriam de abrigo para terroristas da al-Qaeda - Síria, Iêmen, Arábia Saudita e outros Estados do Golfo Pérsico. 

Não chega a ser novidade a descoberta de informações às vésperas do fim de um governo. Aliás, é até natural que as fontes comecem a contar o que sabem. Muitos buscam prestígio ou até mesmo valorizar o trabalho realizado durante o período em que permaneceram em cargos nem sempre de alto escalão e, por conseqüência, sem grande visibilidade. 

Aliás, não seria estranho imaginar que o próprio governo teria feito vista grossa ou mesmo colaborado indiretamente para que a informação chegasse à imprensa. 

Em baixa com a população - e não por acaso a notícia é publicada em Nova Iorque, onde Bush tem grande rejeição -, dar a entender que o governo fez de tudo o que podia para encontrar bin Laden e seus comparsas serviria para diminuir as críticas sobre a falta de empenho de Washington em prender ou matar o maior agressor dos Estados Unidos em todos os tempos. 

Para ler a reportagem do The New York Times, clique aqui


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