A busca por maior participação brasileira na mediação das conversações de paz no Oriente Médio tem provocado tantos sentimentos diversos que, às vezes, é fácil se perder diante da quantidade de opiniões. Particularmente, como escrevi ontem, acho que o maior valor do país é justamente sua capacidade de lidar com os diferentes atores. Mas é possível encontrar mais brechas.
Por exemplo, um grande problema prático na região é encontrar uma maneira conectar os dois territórios palestinos. Entre Gaza e Cisjordânia, está a região sul de Israel - que jamais permitiria um ponto de soberania palestina dentro do país.
Talvez, ao regressar ao Brasil, o presidente Lula pudesse organizar uma ampla conferência para discutir este ponto específico. Os funcionários do Itamaraty poderiam se debruçar sobre o tema para buscar soluções novas e criativas para esta questão. Digo isso porque acredito que seja muito pouco produtivo ficar sentado esperando algum dos atores solicitar a nobre mediação brasileira. Aliás, é muito improvável que isso aconteça.
No mundo de hoje, ninguém consegue um lugar ao sol somente se colocando à disposição. Os Estados devem agir da mesma maneira. Seria muito mais lícito retornar ao Oriente Médio com um plano elaborado ou algo a apresentar, além de simplesmente isenção.
Com a ideia pronta, o governo poderia dar o segundo passo: ir em busca de engenheiros dispostos a pensar em como realizar a obra que ligaria Gaza à Cisjordânia. Uma ponte, um túnel ou qualquer outra construção que, seguramente, seria cara o bastante para impedir que os palestinos a financiassem sozinhos.
Certamente, quando se fala sobre a viabilidade de um Estado palestino, a realidade da distância entre os dois territórios é levada em consideração. O próprio presidente Lula gosta de mencionar a necessidade de incentivar empreendimentos. Este seria um caso exemplar e serviria aos interesses brasileiros em pelo menos três frentes: a diplomática, a político-pragmática e a econômica. Não tenho a menor dúvida de que haveria diversas empresas brasileiras dispostas a pensar e executar o projeto.
Lula disse na Cisjordânia que irá consultar os demais parceiros do Mercosul sobre a possibilidade de firmar um acordo de livre comércio com a Autoridade Palestina nos moldes do que o grupo já assinou com Israel. O projeto, se aprovado por israelenses e palestinos, claro, poderia colocar em prática a compra e venda de produtos sem incidência de impostos.
Como costuma repetir o escritor e pacifista israelense Amós Óz, é preciso criatividade para resolver o conflito no Oriente Médio. Acho que ninguém discorda de quanto o Brasil pode contribuir neste ramo.
Por exemplo, um grande problema prático na região é encontrar uma maneira conectar os dois territórios palestinos. Entre Gaza e Cisjordânia, está a região sul de Israel - que jamais permitiria um ponto de soberania palestina dentro do país.
Talvez, ao regressar ao Brasil, o presidente Lula pudesse organizar uma ampla conferência para discutir este ponto específico. Os funcionários do Itamaraty poderiam se debruçar sobre o tema para buscar soluções novas e criativas para esta questão. Digo isso porque acredito que seja muito pouco produtivo ficar sentado esperando algum dos atores solicitar a nobre mediação brasileira. Aliás, é muito improvável que isso aconteça.
No mundo de hoje, ninguém consegue um lugar ao sol somente se colocando à disposição. Os Estados devem agir da mesma maneira. Seria muito mais lícito retornar ao Oriente Médio com um plano elaborado ou algo a apresentar, além de simplesmente isenção.
Com a ideia pronta, o governo poderia dar o segundo passo: ir em busca de engenheiros dispostos a pensar em como realizar a obra que ligaria Gaza à Cisjordânia. Uma ponte, um túnel ou qualquer outra construção que, seguramente, seria cara o bastante para impedir que os palestinos a financiassem sozinhos.
Certamente, quando se fala sobre a viabilidade de um Estado palestino, a realidade da distância entre os dois territórios é levada em consideração. O próprio presidente Lula gosta de mencionar a necessidade de incentivar empreendimentos. Este seria um caso exemplar e serviria aos interesses brasileiros em pelo menos três frentes: a diplomática, a político-pragmática e a econômica. Não tenho a menor dúvida de que haveria diversas empresas brasileiras dispostas a pensar e executar o projeto.
Lula disse na Cisjordânia que irá consultar os demais parceiros do Mercosul sobre a possibilidade de firmar um acordo de livre comércio com a Autoridade Palestina nos moldes do que o grupo já assinou com Israel. O projeto, se aprovado por israelenses e palestinos, claro, poderia colocar em prática a compra e venda de produtos sem incidência de impostos.
Como costuma repetir o escritor e pacifista israelense Amós Óz, é preciso criatividade para resolver o conflito no Oriente Médio. Acho que ninguém discorda de quanto o Brasil pode contribuir neste ramo.
3 comentários:
Sensacional!!!!
Gostei da abordagem que sai do lugar comum da nossa imprensa.
Obrigado, pessoal. Legal ouvir isso de vocês.
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