Interessante a matéria publicada na World Politics Review. Assinada por David Agren, a reportagem lança luz sobre um fenômeno pontual, mas que certamente será mais presente a partir de agora: a inveja do Brasil. Longe de defender patriotadas de todas as espécies, acredito mesmo que os índices positivos brasileiros passarão a incomodar cada vez mais. A matéria, no caso, repercute certo estranhamento dos políticos mexicanos em relação ao crescimento do Brasil.
"Enquanto o México sofreu em 2009, o Brasil conseguiu sair da crise econômica global muito mais rapidamente. Também continuou a mostrar cada vez mais influência regional com sua presença no Haiti e o envolvimento político em Honduras, justamente num momento em que o México estava ocupado remendando suas relações com outros países latino-americanos, como Venezuela e Cuba", diz o texto.
Esta é apenas a ponta do iceberg, acredito. A busca por um maior protagonismo internacional não fica impune. E é natural que isso aconteça mesmo. Como costumo escrever por aqui, boa parte deste capital de simpatia de que o Brasil dispõe se deve ao fato de os governos terem exercitado pouco a requisição por benefícios e participação geopolítica e econômica.
Estados não são expressões naturais de bondade. Muitas vezes, não lutam simplesmente por justiça ou equilíbrio, mas por seus próprios interesses. Quando o governo brasileiro declara que a ONU não é mais representativa, a defesa da reforma da instituição não procura apenas modificar os atores que têm vaga permanente no Conselho de Segurança, por exemplo.
O discurso do Itamaraty defende a inclusão do Brasil no rol dos novos países que seriam contemplados por esta mudança. Ou seja, a mudança pela mudança pouco importa, mas é válida na medida em que Brasília seja parte dela. Esta é a diferença.
Acho, no entanto, que a diplomacia brasileira precisa pensar em estratégias para contornar desgastes. Não porque seja necessário cultivar amizades internacionais, longe disso. Mas pelo fato de que um dos principais argumentos que o Itamaraty usa para justificar a legitimidade brasileira seja justamente a praticamente total ausência de oposição ao Brasil.
Curiosamente quando o país passa a buscar relevância internacional se torna incômodo para parte dos Estados. Principalmente para os que estão em posições relativamente semelhantes, como é o caso do México. Aliás, é com os mexicanos que Brasília disputa a liderança política e econômica da América Latina.
"Enquanto o México sofreu em 2009, o Brasil conseguiu sair da crise econômica global muito mais rapidamente. Também continuou a mostrar cada vez mais influência regional com sua presença no Haiti e o envolvimento político em Honduras, justamente num momento em que o México estava ocupado remendando suas relações com outros países latino-americanos, como Venezuela e Cuba", diz o texto.
Esta é apenas a ponta do iceberg, acredito. A busca por um maior protagonismo internacional não fica impune. E é natural que isso aconteça mesmo. Como costumo escrever por aqui, boa parte deste capital de simpatia de que o Brasil dispõe se deve ao fato de os governos terem exercitado pouco a requisição por benefícios e participação geopolítica e econômica.
Estados não são expressões naturais de bondade. Muitas vezes, não lutam simplesmente por justiça ou equilíbrio, mas por seus próprios interesses. Quando o governo brasileiro declara que a ONU não é mais representativa, a defesa da reforma da instituição não procura apenas modificar os atores que têm vaga permanente no Conselho de Segurança, por exemplo.
O discurso do Itamaraty defende a inclusão do Brasil no rol dos novos países que seriam contemplados por esta mudança. Ou seja, a mudança pela mudança pouco importa, mas é válida na medida em que Brasília seja parte dela. Esta é a diferença.
Acho, no entanto, que a diplomacia brasileira precisa pensar em estratégias para contornar desgastes. Não porque seja necessário cultivar amizades internacionais, longe disso. Mas pelo fato de que um dos principais argumentos que o Itamaraty usa para justificar a legitimidade brasileira seja justamente a praticamente total ausência de oposição ao Brasil.
Curiosamente quando o país passa a buscar relevância internacional se torna incômodo para parte dos Estados. Principalmente para os que estão em posições relativamente semelhantes, como é o caso do México. Aliás, é com os mexicanos que Brasília disputa a liderança política e econômica da América Latina.
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