A Noruega deixou de lado a associação natural às boas notícias e acabou se transformando em manchete dos jornais de todo mundo ao anunciar a prisão de três suspeitos de atividades terroristas. O que se sabia há algum tempo acabou confirmado. A al-Qaeda se apropriou do conceito ocidental de franquia para se perpetuar. E isso pode ter várias e graves consequências. Não apenas no óbvio conflito entre os jihadistas e a "sociedade ocidental", mas também no próprio cenário político europeu.
Não é novidade o momento complicado pelo que os países da zona do euro atravessam. A operação norueguesa pode ser o início de uma guinada à direita europeia ainda mais acentuada. Vale examinar as poucas informações a respeito dos acusados pela polícia do país: um chinês de origem uigur que chegou à Noruega no final da década de 1990 e recebeu cidadania em 2007; um iraquiano curdo que também chegou ao país no final dos 1990 com status de residente permanente; um uzbeque que recebeu asilo político no início dos anos 2000.
Em comum a todos eles, não apenas a faixa etária - por volta de 30 anos -, mas também o fato de não terem sido rejeitados formalmente pela sociedade ocidental. Todos usufruíam legalmente dos vastos benefícios do Estado norueguês. Não tenho dúvidas de que isso pode contribuir como argumento para grupos extremistas europeus que desde sempre viram nos imigrantes uma ameaça. Agora, como já acontece em países com grandes contingentes populacionais de muçulmanos, o caso pode ampliar as divisões internas. E vai valer uns votos também para os partidos de extrema direita.
Curiosamente, a própria perseguição ocidental aos grupos terroristas pode ter sido responsável pelo seu sucesso ideológico. Como desde o 11 de Setembro não fica claro se as lideranças da al-Qaeda ainda estão vivas, o grupo acabou fragmentado, adotando mesmo que involuntariamente o conceito de franquia mencionado no primeiro parágrafo. Sobre isso, aliás, vale mencionar pesquisa realizada pelo think-tank britânico Demos. O instituto quis saber os motivos que levavam jovens a optar por aderir ao extremismo islâmico. O resultado é surpreendente.
O estudo mostra que a maior parte dos adeptos do radicalismo é seduzida por um conceito de "jihad bacana". Ou seja, pela eficiência dos atos terroristas e por supostas características de subversão e rebeldia associadas aos grupos. Tais motivações são mais importantes do que discursos de clérigos radicais e a oposição pessoal aos governos ocidentais.
Por isso, acho muito importante conhecer a história desses três jovens que viviam na Noruega. A partir de suas motivações, será possível encontrar os vazios deixados pela sociedade ocidental que acabaram preenchidos pelo terrorismo. Os detalhes ainda não foram divulgados pela polícia norueguesa porque os suspeitos podem ter ligações com outros procurados em Grã-Bretanha e Estados Unidos.
Não é novidade o momento complicado pelo que os países da zona do euro atravessam. A operação norueguesa pode ser o início de uma guinada à direita europeia ainda mais acentuada. Vale examinar as poucas informações a respeito dos acusados pela polícia do país: um chinês de origem uigur que chegou à Noruega no final da década de 1990 e recebeu cidadania em 2007; um iraquiano curdo que também chegou ao país no final dos 1990 com status de residente permanente; um uzbeque que recebeu asilo político no início dos anos 2000.
Em comum a todos eles, não apenas a faixa etária - por volta de 30 anos -, mas também o fato de não terem sido rejeitados formalmente pela sociedade ocidental. Todos usufruíam legalmente dos vastos benefícios do Estado norueguês. Não tenho dúvidas de que isso pode contribuir como argumento para grupos extremistas europeus que desde sempre viram nos imigrantes uma ameaça. Agora, como já acontece em países com grandes contingentes populacionais de muçulmanos, o caso pode ampliar as divisões internas. E vai valer uns votos também para os partidos de extrema direita.
Curiosamente, a própria perseguição ocidental aos grupos terroristas pode ter sido responsável pelo seu sucesso ideológico. Como desde o 11 de Setembro não fica claro se as lideranças da al-Qaeda ainda estão vivas, o grupo acabou fragmentado, adotando mesmo que involuntariamente o conceito de franquia mencionado no primeiro parágrafo. Sobre isso, aliás, vale mencionar pesquisa realizada pelo think-tank britânico Demos. O instituto quis saber os motivos que levavam jovens a optar por aderir ao extremismo islâmico. O resultado é surpreendente.
O estudo mostra que a maior parte dos adeptos do radicalismo é seduzida por um conceito de "jihad bacana". Ou seja, pela eficiência dos atos terroristas e por supostas características de subversão e rebeldia associadas aos grupos. Tais motivações são mais importantes do que discursos de clérigos radicais e a oposição pessoal aos governos ocidentais.
Por isso, acho muito importante conhecer a história desses três jovens que viviam na Noruega. A partir de suas motivações, será possível encontrar os vazios deixados pela sociedade ocidental que acabaram preenchidos pelo terrorismo. Os detalhes ainda não foram divulgados pela polícia norueguesa porque os suspeitos podem ter ligações com outros procurados em Grã-Bretanha e Estados Unidos.
Um comentário:
Você é realmente interessado em notícias pelo mundo, isto é bom, é ficar globalizado.
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