Os cinco foguetes disparados nesta segunda-feira ´(foto) de algum ponto do deserto do Sinai e que caíram em Israel e Jordânia tinham um alvo teórico. O objetivo dos mísseis era atingir o processo de paz entre israelenses e palestinos, mesmo antes de a iniciativa tomar alguma forma. Isso está claro. Até porque a escalada de violência foi iniciada desde a última quinta, quando a Liga Árabe se posicionou favoravelmente à retomada de negociações diretas.
Logo no dia seguinte ao anúncio, o Hamas lançou mísseis grad, de fabricação iraniana, contra a cidade portuária israelense de Ashquelon. Israel teria retaliado contra Gaza, matando Eissa al Batran, comandante do grupo. Eu usei o futuro do pretérito na medida em que a ação não foi confirmada pela força área israelense. E não há nada de errado nisso porque, normalmente, ambos os lados assumem suas operações.
Acredito mesmo que o interesse do Hamas seja desestabilizar o início de um processo de paz. Por alguns motivos: primeiro, porque um acordo é incompatível com os princípios defendidos pelo grupo, que nega o direito de existência a Israel; segundo, por conta do papel de pressão que os EUA têm exercido para a retomada do diálogo; terceiro, por conferir ao Fatah, facção que comanda a Autoridade Palestina e grande rival interno do Hamas, a legitimidade de decidir os rumos do povo palestino; e quarto, para agradar a seus financiadores no Irã.
A quarta razão que motivou a nova onda de ataques é importante porque se enquadra na grande luta em curso no Oriente Médio. Como pretensa potência hegemônica do Oriente Médio, o Irã não poderia aceitar ficar de fora do mais importante conflito regional. É preciso atuar de alguma maneira. Simplesmente acatar as decisões da Liga Árabe - da qual não faz parte, até por não ser um país árabe - não é uma opção.
Daí o apoio ao Hamas. Os interesses dos dois se complementam de alguma maneira. O Hamas precisa de armamento iraniano e não pode admitir o fim do conflito; Teerã precisa se impor na região e, por isso, mantém satélites nas fronteiras norte (Hezbolah) e sul (Hamas) de Israel.
À parte das articulações políticas, é preciso saber também como pensam os palestinos comuns sobre este cenário. Pesquisa realizada pelo Centro Palestino de Pesquisa e Avaliação Política mostra números que podem ser interpretados com olhar positivo ou negativo, dependendo de quem os analise. Do total de entrevistados, 43,8% apoiam de alguma maneira a execução de ataques a civis israelenses dentro de Israel; no entanto, 53,9% são contrários a esta estratégia de luta. Ou seja, é como aquele ditado sobre o copo meio cheio ou meio vazio. Depende de quem olha.
Um olhar político, no entanto, mostra que, apesar da maior parte se opor a atentados e violência, ainda há 43,8% dos palestinos dispostos a apoiar as operações conduzidas pelo Hamas. E esta é uma parcela da população grande o bastante para que os radicais se encham de legitimidade de forma atrapalhar a Autoridade Palestina e o processo de paz.
Logo no dia seguinte ao anúncio, o Hamas lançou mísseis grad, de fabricação iraniana, contra a cidade portuária israelense de Ashquelon. Israel teria retaliado contra Gaza, matando Eissa al Batran, comandante do grupo. Eu usei o futuro do pretérito na medida em que a ação não foi confirmada pela força área israelense. E não há nada de errado nisso porque, normalmente, ambos os lados assumem suas operações.
Acredito mesmo que o interesse do Hamas seja desestabilizar o início de um processo de paz. Por alguns motivos: primeiro, porque um acordo é incompatível com os princípios defendidos pelo grupo, que nega o direito de existência a Israel; segundo, por conta do papel de pressão que os EUA têm exercido para a retomada do diálogo; terceiro, por conferir ao Fatah, facção que comanda a Autoridade Palestina e grande rival interno do Hamas, a legitimidade de decidir os rumos do povo palestino; e quarto, para agradar a seus financiadores no Irã.
A quarta razão que motivou a nova onda de ataques é importante porque se enquadra na grande luta em curso no Oriente Médio. Como pretensa potência hegemônica do Oriente Médio, o Irã não poderia aceitar ficar de fora do mais importante conflito regional. É preciso atuar de alguma maneira. Simplesmente acatar as decisões da Liga Árabe - da qual não faz parte, até por não ser um país árabe - não é uma opção.
Daí o apoio ao Hamas. Os interesses dos dois se complementam de alguma maneira. O Hamas precisa de armamento iraniano e não pode admitir o fim do conflito; Teerã precisa se impor na região e, por isso, mantém satélites nas fronteiras norte (Hezbolah) e sul (Hamas) de Israel.
À parte das articulações políticas, é preciso saber também como pensam os palestinos comuns sobre este cenário. Pesquisa realizada pelo Centro Palestino de Pesquisa e Avaliação Política mostra números que podem ser interpretados com olhar positivo ou negativo, dependendo de quem os analise. Do total de entrevistados, 43,8% apoiam de alguma maneira a execução de ataques a civis israelenses dentro de Israel; no entanto, 53,9% são contrários a esta estratégia de luta. Ou seja, é como aquele ditado sobre o copo meio cheio ou meio vazio. Depende de quem olha.
Um olhar político, no entanto, mostra que, apesar da maior parte se opor a atentados e violência, ainda há 43,8% dos palestinos dispostos a apoiar as operações conduzidas pelo Hamas. E esta é uma parcela da população grande o bastante para que os radicais se encham de legitimidade de forma atrapalhar a Autoridade Palestina e o processo de paz.
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