A cada final de ano, o canal de televisão inglês Channel 4 escolhe um personagem para desejar, em rede nacional, uma mensagem de Natal para seus telespectadores. Não há muito critério para a escolha, mas figuras conhecidas e outras nem tanto assim já tiveram o privilégio de dar seu recado aos telespectadores britânicos: a atriz francesa Brigitte Bardot, o cozinheiro e apresentador Jamie Oliver e, no ano passado, o sargento das forças armadas do país Andrew Stockton, que perdeu um braço durante combate no Afeganistão.
Mas, neste ano, a escolha não poderia ter causado maior controvérsia. Para o Channel 4, ninguém representou melhor o espírito de confraternização, solidariedade e irmandade entre os povos que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Segundo comunicado divulgado pela emissora tamanha a polêmica provocada, “o objetivo foi oferecer ao público uma visão alternativa do mundo”.
A explicação não resolveu o problema. Até porque, em retrospectiva, vale lembrar que, em 2008, o presidente iraniano continuou a defender posições que causaram revolta mundial. Para ele, o Holocausto nunca existiu, o Estado de Israel deveria ser varrido do mapa e não há um gay sequer no Irã. Impossível não imaginar que opiniões como essas não provocariam indignação.
Em sua mensagem de Natal aos britânicos, Ahmadinejad – de uma forma ou de outra – aproveitou o palanque gratuito e inesperado para reafirmar seus valores. É claro que ele não é bobo e, por isso, amenizou o tom.
O presidente iraniano parabenizou os britânicos pela celebração do nascimento de Jesus; Disse que os problemas mundiais eram causados pela rejeição da mensagem dos profetas – dentre eles o próprio Jesus – e terminou criticando a “indiferença de alguns governos e ‘poderes’ aos ensinamentos dos profetas”.
Antes de tudo é preciso esclarecer que os muçulmanos crêem que Jesus foi um dos profetas. Mas, ao contrário dos cristãos, ele não teria sido o Messias.
Dito isso, fica claro que Ahmadinejad soube sintetizar o que pensa de forma a não incomodar sua platéia britânica. Homenageou Jesus e culpou aqueles que não crêem nele pelos problemas do planeta.
Ora, diante de um público ocidental, a mensagem está mais do que clara. Novamente, ele tentou atingir especificamente o Estado de Israel (“indiferença de alguns governos à mensagem dos profetas”, de Jesus pontualmente) isolando-o não apenas do senso de comunidade internacional que a época promove e tentando, a partir do sentido religioso do Natal, colocar-se lado a lado à audiência do Reino Unido.
É curioso perceber como líderes que pregam a destruição abertamente continuam a ser procurados pelo ocidente como se, neste caso, os ingleses quisessem mostrar que Ahmadinejad pode não ser tão ruim como se imagina. Embora, em nenhum momento, ele tenha deixado de defender e divulgar abertamente suas posições. Muito provavelmente, o presidente iraniano deve achar tudo isso muito engraçado.
Mas, neste ano, a escolha não poderia ter causado maior controvérsia. Para o Channel 4, ninguém representou melhor o espírito de confraternização, solidariedade e irmandade entre os povos que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Segundo comunicado divulgado pela emissora tamanha a polêmica provocada, “o objetivo foi oferecer ao público uma visão alternativa do mundo”.
A explicação não resolveu o problema. Até porque, em retrospectiva, vale lembrar que, em 2008, o presidente iraniano continuou a defender posições que causaram revolta mundial. Para ele, o Holocausto nunca existiu, o Estado de Israel deveria ser varrido do mapa e não há um gay sequer no Irã. Impossível não imaginar que opiniões como essas não provocariam indignação.
Em sua mensagem de Natal aos britânicos, Ahmadinejad – de uma forma ou de outra – aproveitou o palanque gratuito e inesperado para reafirmar seus valores. É claro que ele não é bobo e, por isso, amenizou o tom.
O presidente iraniano parabenizou os britânicos pela celebração do nascimento de Jesus; Disse que os problemas mundiais eram causados pela rejeição da mensagem dos profetas – dentre eles o próprio Jesus – e terminou criticando a “indiferença de alguns governos e ‘poderes’ aos ensinamentos dos profetas”.
Antes de tudo é preciso esclarecer que os muçulmanos crêem que Jesus foi um dos profetas. Mas, ao contrário dos cristãos, ele não teria sido o Messias.
Dito isso, fica claro que Ahmadinejad soube sintetizar o que pensa de forma a não incomodar sua platéia britânica. Homenageou Jesus e culpou aqueles que não crêem nele pelos problemas do planeta.
Ora, diante de um público ocidental, a mensagem está mais do que clara. Novamente, ele tentou atingir especificamente o Estado de Israel (“indiferença de alguns governos à mensagem dos profetas”, de Jesus pontualmente) isolando-o não apenas do senso de comunidade internacional que a época promove e tentando, a partir do sentido religioso do Natal, colocar-se lado a lado à audiência do Reino Unido.
É curioso perceber como líderes que pregam a destruição abertamente continuam a ser procurados pelo ocidente como se, neste caso, os ingleses quisessem mostrar que Ahmadinejad pode não ser tão ruim como se imagina. Embora, em nenhum momento, ele tenha deixado de defender e divulgar abertamente suas posições. Muito provavelmente, o presidente iraniano deve achar tudo isso muito engraçado.
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