Os dois anos que compreendem o período entre 1989 e 1991 foram talvez alguns dos mais intensos da História. Desde a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, ao fim da União Soviética, em agosto de 1991, o mundo teve de rever uma série de conceitos. O primeiro e mais importante deles, provavelmente, foi aceitar que nada é tão simples quanto parece. E nesta semana mais um episódio comprova que entender o que se passa nas mentes de líderes mundiais e na dinâmica das relações internacionais pode ser algo complexo. Muito complexo.
Em artigo publicado no The Washington Times, o ditador líbio Muammar Kadafi critica a abordagem ocidental em relação à Rússia. Ele afirma que a tensão dos dias de hoje é fruto do erro estratégico da OTAN (a aliança militar entre os países europeus e os Estados Unidos) logo após o fim da União Soviética. Segundo ele, foi a organização a responsável por “plantar as sementes da ‘mania de independência’ nas ex-repúblicas comunistas”.
Realmente, não é de se estranhar que Kadafi seja avesso a processos de independência. Até porque controla a Líbia com mão de ferro desde 1969. Isso mesmo, não é um erro de digitação. O auto-intitulado líder da República Popular, Árabe e Socialista da Líbia, que há quase 40 anos se recusa a largar o osso, assina um artigo num dos principais jornais norte-americanos conclamando o ocidente – e especificamente os EUA – a deixar o primeiro-ministro Vladimir Putin (outro que se “afeiçoou” ao poder) em paz e, é claro, esquecer a idéia de implantar o escudo anti-mísseis nas fronteiras vizinhas ao território russo.
O artigo ainda contém uma mensagem que, de tão ingênua, chega a ser engraçada. Kadafi diz que devido à posição geográfica dos Estados Unidos o país é mesmo o lugar ideal para a sede da ONU estar localizada. Em relação a isso, ele não tem nada contra. O raciocínio termina sugerindo que, justamente por abrigar o prédio central das Nações Unidas, os EUA deveriam ser um Estado neutro; que não tomasse partido em disputas internacionais.
A versão “paz e amor” de Kadafi em nada lembra o papel central que ocupou nas manchetes de jornais de todo o mundo há 20 anos, quando patrocinou um terrível atentado terrorista: 270 pessoas morreram na explosão de um boeing 747 sobre a cidade de Lockerbie, na Escócia, após uma bomba ser detonada em pleno vôo.
Mas, 2,7 milhões de dólares em indenizações aos parentes dos mortos, 20 anos de intervalo, o fim de seu programa nuclear e a visita da secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice permitiram que a Líbia se reabilitasse com o Ocidente; deram a Kadafi a oportunidade de escrever editorais em jornais americanos e a garantia de que ninguém mais vai importuná-lo enquanto reina tranqüilo sobre sua pacífica república popular e socialista. Talvez por mais uns 40 anos. Definitivamente, o maniqueísmo está morto.
Em artigo publicado no The Washington Times, o ditador líbio Muammar Kadafi critica a abordagem ocidental em relação à Rússia. Ele afirma que a tensão dos dias de hoje é fruto do erro estratégico da OTAN (a aliança militar entre os países europeus e os Estados Unidos) logo após o fim da União Soviética. Segundo ele, foi a organização a responsável por “plantar as sementes da ‘mania de independência’ nas ex-repúblicas comunistas”.
Realmente, não é de se estranhar que Kadafi seja avesso a processos de independência. Até porque controla a Líbia com mão de ferro desde 1969. Isso mesmo, não é um erro de digitação. O auto-intitulado líder da República Popular, Árabe e Socialista da Líbia, que há quase 40 anos se recusa a largar o osso, assina um artigo num dos principais jornais norte-americanos conclamando o ocidente – e especificamente os EUA – a deixar o primeiro-ministro Vladimir Putin (outro que se “afeiçoou” ao poder) em paz e, é claro, esquecer a idéia de implantar o escudo anti-mísseis nas fronteiras vizinhas ao território russo.
O artigo ainda contém uma mensagem que, de tão ingênua, chega a ser engraçada. Kadafi diz que devido à posição geográfica dos Estados Unidos o país é mesmo o lugar ideal para a sede da ONU estar localizada. Em relação a isso, ele não tem nada contra. O raciocínio termina sugerindo que, justamente por abrigar o prédio central das Nações Unidas, os EUA deveriam ser um Estado neutro; que não tomasse partido em disputas internacionais.
A versão “paz e amor” de Kadafi em nada lembra o papel central que ocupou nas manchetes de jornais de todo o mundo há 20 anos, quando patrocinou um terrível atentado terrorista: 270 pessoas morreram na explosão de um boeing 747 sobre a cidade de Lockerbie, na Escócia, após uma bomba ser detonada em pleno vôo.
Mas, 2,7 milhões de dólares em indenizações aos parentes dos mortos, 20 anos de intervalo, o fim de seu programa nuclear e a visita da secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice permitiram que a Líbia se reabilitasse com o Ocidente; deram a Kadafi a oportunidade de escrever editorais em jornais americanos e a garantia de que ninguém mais vai importuná-lo enquanto reina tranqüilo sobre sua pacífica república popular e socialista. Talvez por mais uns 40 anos. Definitivamente, o maniqueísmo está morto.
Para ler o artigo de Muammar Kadafi no The Washington Times, clique aqui.
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