Depois de convocar reservistas e usar a força aérea para bombardear túneis usados pelo Hamas para o contrabando de armas e mercadorias pela fronteira com o Egito, fica cada vez mais claro que o governo israelense quer destruir o máximo da capacidade de organização, logística e humana do grupo extremista.
Para isso, num tremendo esforço interno, a alta cúpula do governo de Israel conseguiu driblar a imprensa local e impediu o vazamento de informações sobre a operação.
Segundo o diário israelense Haaretz, a ofensiva iniciada neste final de semana já vinha sendo preparada há seis meses. O objetivo era mapear todos os alvos do grupo palestino e das demais organizações responsáveis pelo lançamento de mísseis sobre o sul de Israel.
Num golpe para confundir os membros do Hamas, as autoridades israelenses divulgaram amplamente que qualquer decisão sobre uma eventual ação militar em Gaza só seria tomada na reunião ministerial de domingo. Desta forma, o grupo palestino não deu ordens para retirar seu pessoal do principal quartel-general do Hamas. E este foi justamente um dos objetivos mais importantes do primeiro ataque na manhã de sábado.
No campo político, Israel também informou à imprensa que a ministra das relações exteriores, Tzipi Livni, havia viajado ao Cairo para conversar com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, sobre o aumento no lançamento de mísseis e buscar alternativas para a situação. Na verdade, Livni se encontrou com o presidente do Egito para informá-lo sobre a decisão do país de atacar o Hamas. Mubarak não se opôs.
Aliás, este é um fato interessante. Como Mubarak é fortemente pressionado pela Fraternidade Muçulmana – grupo radical que atua no Egito, serviu de base para o Hamas e faz forte oposição ao governo do Cairo – ele não se incomodaria que Israel fizesse o “favor” de acabar com o grupo palestino.
Curiosa também foi a reação do presidente palestino, Mahmoud Abbas. Ele culpou o Hamas por cada gota de sangue derramado e disse que o grupo extremista poderia ter evitado a ofensiva israelense se tivesse optado por encerrar o lançamento de mísseis. A mensagem foi praticamente a mesma do comunicado oficial do presidente norte-americano, George W. Bush.
Abbas é mais um líder mundial que vê com bons olhos a destruição ou retirada do poder do Hamas. Desde junho de 2007, a Autoridade Palestina foi expulsa de Gaza pelo próprio Hamas.
A possibilidade de um novo cessar-fogo é remota. Em entrevista ao canal de notícias norte-americano Fox News, o primeiro-ministro, Ehud Olmert, não deixou dúvidas sobre sua posição quanto a uma trégua neste momento.
“Para nós, um cessar-fogo com o Hamas seria o mesmo que, para vocês (americanos), um cessar-fogo com a al-Qaida. É algo que não podemos aceitar”, disse.
O ministro da defesa, Ehud Barak, já havia informado na coletiva de imprensa após o primeiro ataque que a ofensiva duraria o tempo necessário. Olmert acrescentou a esta declaração que “a intenção é mudar totalmente as regras do jogo” – entenda-se, subjugar o Hamas.
A ação israelense em Gaza seguramente vai levar muito tempo. Alguns motivos que comprovam esta tese: o Hamas possui 20 mil soldados e não se desmobiliza tanta gente em apenas dois dias; os três principais candidatos às eleições de fevereiro são os atuais ministros Ehud Barak (Defesa), Tzipi Livni (Relações Exteriores) e o líder do partido de oposição Likud, Benjamin Netanyahu. Os dois primeiros são parte do governo e articuladores fundamentais na concretização da ofensiva; o outro sempre defendeu um ataque a Gaza que impedisse o lançamento de mísseis sobre Israel.
Para isso, num tremendo esforço interno, a alta cúpula do governo de Israel conseguiu driblar a imprensa local e impediu o vazamento de informações sobre a operação.
Segundo o diário israelense Haaretz, a ofensiva iniciada neste final de semana já vinha sendo preparada há seis meses. O objetivo era mapear todos os alvos do grupo palestino e das demais organizações responsáveis pelo lançamento de mísseis sobre o sul de Israel.
Num golpe para confundir os membros do Hamas, as autoridades israelenses divulgaram amplamente que qualquer decisão sobre uma eventual ação militar em Gaza só seria tomada na reunião ministerial de domingo. Desta forma, o grupo palestino não deu ordens para retirar seu pessoal do principal quartel-general do Hamas. E este foi justamente um dos objetivos mais importantes do primeiro ataque na manhã de sábado.
No campo político, Israel também informou à imprensa que a ministra das relações exteriores, Tzipi Livni, havia viajado ao Cairo para conversar com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, sobre o aumento no lançamento de mísseis e buscar alternativas para a situação. Na verdade, Livni se encontrou com o presidente do Egito para informá-lo sobre a decisão do país de atacar o Hamas. Mubarak não se opôs.
Aliás, este é um fato interessante. Como Mubarak é fortemente pressionado pela Fraternidade Muçulmana – grupo radical que atua no Egito, serviu de base para o Hamas e faz forte oposição ao governo do Cairo – ele não se incomodaria que Israel fizesse o “favor” de acabar com o grupo palestino.
Curiosa também foi a reação do presidente palestino, Mahmoud Abbas. Ele culpou o Hamas por cada gota de sangue derramado e disse que o grupo extremista poderia ter evitado a ofensiva israelense se tivesse optado por encerrar o lançamento de mísseis. A mensagem foi praticamente a mesma do comunicado oficial do presidente norte-americano, George W. Bush.
Abbas é mais um líder mundial que vê com bons olhos a destruição ou retirada do poder do Hamas. Desde junho de 2007, a Autoridade Palestina foi expulsa de Gaza pelo próprio Hamas.
A possibilidade de um novo cessar-fogo é remota. Em entrevista ao canal de notícias norte-americano Fox News, o primeiro-ministro, Ehud Olmert, não deixou dúvidas sobre sua posição quanto a uma trégua neste momento.
“Para nós, um cessar-fogo com o Hamas seria o mesmo que, para vocês (americanos), um cessar-fogo com a al-Qaida. É algo que não podemos aceitar”, disse.
O ministro da defesa, Ehud Barak, já havia informado na coletiva de imprensa após o primeiro ataque que a ofensiva duraria o tempo necessário. Olmert acrescentou a esta declaração que “a intenção é mudar totalmente as regras do jogo” – entenda-se, subjugar o Hamas.
A ação israelense em Gaza seguramente vai levar muito tempo. Alguns motivos que comprovam esta tese: o Hamas possui 20 mil soldados e não se desmobiliza tanta gente em apenas dois dias; os três principais candidatos às eleições de fevereiro são os atuais ministros Ehud Barak (Defesa), Tzipi Livni (Relações Exteriores) e o líder do partido de oposição Likud, Benjamin Netanyahu. Os dois primeiros são parte do governo e articuladores fundamentais na concretização da ofensiva; o outro sempre defendeu um ataque a Gaza que impedisse o lançamento de mísseis sobre Israel.
Um comentário:
excelente análise.
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