Aconteceu o que a estatística já previra. A China ultrapassou o Japão na lista das maiores economias do mundo. Agora, os chineses tomaram dos japoneses a segunda colocação. Em apenas 32 anos, a aceleração do governo de Beijing é impressionante. Quando, em 1978, Deng Xiaoping determinou o início do processo de abertura do mercado, ninguém imaginaria que em tão pouco tempo o país conseguiria atingir números impressionantes.
Na foto: porto de Shenzhen, cidade na fronteira com Hong Kong e primeira Zona Econômica Especial da China
A população de 1,3 bilhão de pessoas sustenta uma economia que, no segundo trimestre deste ano, foi responsável pelo PIB de 1,337 trilhão de dólares - contra 1,288 trilhão de dólares dos japoneses. A marca é relevante por alguns motivos: primeiro, porque destrona o Japão do posto que ocupava há 40 anos; segundo, estimativas preveem que a China conseguirá chegar ao topo do ranking, deixando os EUA na segunda colocação, entre 2027 e 2030.
Curioso mesmo é notar que o comunismo de mercado chinês parece não encaixar no regime a existência de uma classe média interna. O poder de consumo ainda é mínimo para os padrões ocidentais. Por mais que os números sejam impressionantes, a renda per capita é muito baixa. São 3,6 mil dólares por habitante. O número é semelhante ao encontrado em países com economias bem mais modestas, como Angola, Azerbaijão, Argélia, El Salvador e Albânia.
É preciso dizer também que, desde 1978, Beijing conseguiu tirar 300 milhões de pessoas da pobreza, de acordo com avaliação da ONU. Isso não é pouco.
Em artigo publicado no Diplomat, o professor MinxinPei, associado do Carnegie Endowment for International Peace, aponta outro problema. Muito grave, por sinal. Para ele, há reais possibilidades de a China sofrer com uma bolha imobiliária tão destrutiva quanto a que atingiu os EUA e que causou o dominó fatal no ocidente (principalmente na Europa).
Um dado me chamou a atenção: baseado nas aferições mensais do consumo de energia elétrica, há 65 milhões de unidades habitacionais - casas e apartamentos - que registram taxa zero de uso. Na prática, isso significa que as residências estão vazias. Ou seja, a informação aponta que as empresas continuam a construir, mas que ninguém mora nesses lugares. E isso acontece porque o poder de consumo é muito baixo. As construtoras permanecem recebendo empréstimos bancários para construir prédios absolutamente desabitados. A longo prazo, essa cadeia que não se fecha pode gerar uma crise de grandes proporções.
O curioso disso tudo é que, quanto mais a China cresce, menos o ocidente pode comemorar. No conceito tradicional, todas as grandes economias do mundo estariam celebrando se junto dos números astronômicos existisse também um mercado consumidor de verdade na China. Por ora, no entanto, os chineses operam uma via de mão única.
A população de 1,3 bilhão de pessoas sustenta uma economia que, no segundo trimestre deste ano, foi responsável pelo PIB de 1,337 trilhão de dólares - contra 1,288 trilhão de dólares dos japoneses. A marca é relevante por alguns motivos: primeiro, porque destrona o Japão do posto que ocupava há 40 anos; segundo, estimativas preveem que a China conseguirá chegar ao topo do ranking, deixando os EUA na segunda colocação, entre 2027 e 2030.
Curioso mesmo é notar que o comunismo de mercado chinês parece não encaixar no regime a existência de uma classe média interna. O poder de consumo ainda é mínimo para os padrões ocidentais. Por mais que os números sejam impressionantes, a renda per capita é muito baixa. São 3,6 mil dólares por habitante. O número é semelhante ao encontrado em países com economias bem mais modestas, como Angola, Azerbaijão, Argélia, El Salvador e Albânia.
É preciso dizer também que, desde 1978, Beijing conseguiu tirar 300 milhões de pessoas da pobreza, de acordo com avaliação da ONU. Isso não é pouco.
Em artigo publicado no Diplomat, o professor MinxinPei, associado do Carnegie Endowment for International Peace, aponta outro problema. Muito grave, por sinal. Para ele, há reais possibilidades de a China sofrer com uma bolha imobiliária tão destrutiva quanto a que atingiu os EUA e que causou o dominó fatal no ocidente (principalmente na Europa).
Um dado me chamou a atenção: baseado nas aferições mensais do consumo de energia elétrica, há 65 milhões de unidades habitacionais - casas e apartamentos - que registram taxa zero de uso. Na prática, isso significa que as residências estão vazias. Ou seja, a informação aponta que as empresas continuam a construir, mas que ninguém mora nesses lugares. E isso acontece porque o poder de consumo é muito baixo. As construtoras permanecem recebendo empréstimos bancários para construir prédios absolutamente desabitados. A longo prazo, essa cadeia que não se fecha pode gerar uma crise de grandes proporções.
O curioso disso tudo é que, quanto mais a China cresce, menos o ocidente pode comemorar. No conceito tradicional, todas as grandes economias do mundo estariam celebrando se junto dos números astronômicos existisse também um mercado consumidor de verdade na China. Por ora, no entanto, os chineses operam uma via de mão única.
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