Sobre a tentativa - ou não, ainda está indefinido - de assassinato de Mahmoud Ahmadinejad, é preciso abrir o tema com uma notícia muito mais importante: o Irã conseguiu comprar da Bielo-Rússia mísseis S-300. O equipamento militar, que há tempos representava uma das grandes ambições de Teerã, possui a vital capacidade de derrubar aviões militares e mísseis que venham a ameaçar a república islâmica. Dá para entender o que isso pode significar diante do aumento das tensões regionais.
É curioso também perceber que, por mais que EUA e União Europeia tenham aprovado duras sanções ao regime de Ahmadinejad, não foi possível impedir a compra de armamento tão importante para o equilíbrio regional - e também para as defesas iranianas no caso de um ataque ao país.
Quanto ao episódio de quarta-feira, é preciso dizer que há muita gente interessada em dar fim à vida de Ahmadinejad. Israel e EUA são apenas as menções mais óbvias. A ver: os militantes da minoria sunita do Sistão-Baluchistao, os igualmente minoritários curdos do noroeste do Irã. Vale sempre lembrar o ataque promovido pelo Jundallah, em julho, que deixou quase 30 mortos após a explosão de um terrorista suicida numa mesquita na região sudeste do país.
Houve quem suspeitasse da possibilidade de tudo não ter passado de uma armação do governo iraniano para culpar as potências ocidentais e unir a opinião pública interna em torno do presidente. Não acredito nisso. Pelo simples e óbvio fato de a imprensa oficial e autoridades da república islâmica terem negado a existência do atentado. Se houvesse comoção e discursos raivosos comentando o assunto, aí este cenário poderia ser considerado. Não foi este o caso.
De qualquer maneira, mesmo que Ahmadinejad fosse assassinado, é possível afirmar que haveria pouca ou nenhuma mudança. Em dois dos aspectos importantes para o Ocidente: o regime político e o programa nuclear. A simples ausência do líder iraniano não alçaria as vozes de oposição interna às posições-chave nacionais. Muito pelo contrário. Primeiro porque o sistema permaneceria o mesmo. Segundo porque o líder-supremo, o Aiatolá Ali Khamenei, continuaria a dar as cartas. E ele indicaria alguém cujo perfil o agradasse para concorrer nas eleições que apontariam o substituto de Ahmadinejad.
Como Khamenei também considera estratégica o avanço do programa nuclear, a eventual morte do atual presidente não apontaria o fim do principal tema de controvérsia com as potências ocidentais. Aliás, não é impossível imaginar um cenário onde um atentado contra Ahmadinejad seria capaz de transformá-lo num mártir nacional. Tal evento poderia, inclusive, agregar parte da oposição em torno da defesa nacional. Até porque, como já comentei outras vezes, mesmo os concorrentes à presidência no pleito do ano passado jamais condenaram o programa nuclear do país.
É curioso também perceber que, por mais que EUA e União Europeia tenham aprovado duras sanções ao regime de Ahmadinejad, não foi possível impedir a compra de armamento tão importante para o equilíbrio regional - e também para as defesas iranianas no caso de um ataque ao país.
Quanto ao episódio de quarta-feira, é preciso dizer que há muita gente interessada em dar fim à vida de Ahmadinejad. Israel e EUA são apenas as menções mais óbvias. A ver: os militantes da minoria sunita do Sistão-Baluchistao, os igualmente minoritários curdos do noroeste do Irã. Vale sempre lembrar o ataque promovido pelo Jundallah, em julho, que deixou quase 30 mortos após a explosão de um terrorista suicida numa mesquita na região sudeste do país.
Houve quem suspeitasse da possibilidade de tudo não ter passado de uma armação do governo iraniano para culpar as potências ocidentais e unir a opinião pública interna em torno do presidente. Não acredito nisso. Pelo simples e óbvio fato de a imprensa oficial e autoridades da república islâmica terem negado a existência do atentado. Se houvesse comoção e discursos raivosos comentando o assunto, aí este cenário poderia ser considerado. Não foi este o caso.
De qualquer maneira, mesmo que Ahmadinejad fosse assassinado, é possível afirmar que haveria pouca ou nenhuma mudança. Em dois dos aspectos importantes para o Ocidente: o regime político e o programa nuclear. A simples ausência do líder iraniano não alçaria as vozes de oposição interna às posições-chave nacionais. Muito pelo contrário. Primeiro porque o sistema permaneceria o mesmo. Segundo porque o líder-supremo, o Aiatolá Ali Khamenei, continuaria a dar as cartas. E ele indicaria alguém cujo perfil o agradasse para concorrer nas eleições que apontariam o substituto de Ahmadinejad.
Como Khamenei também considera estratégica o avanço do programa nuclear, a eventual morte do atual presidente não apontaria o fim do principal tema de controvérsia com as potências ocidentais. Aliás, não é impossível imaginar um cenário onde um atentado contra Ahmadinejad seria capaz de transformá-lo num mártir nacional. Tal evento poderia, inclusive, agregar parte da oposição em torno da defesa nacional. Até porque, como já comentei outras vezes, mesmo os concorrentes à presidência no pleito do ano passado jamais condenaram o programa nuclear do país.
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