O debate em torno dos escombros do 11 de Setembro continua vivo. Agora ainda mais, após ficar acertado que um centro cultural islâmico de 13 andares deverá ser construído a apenas duas quadras das ruínas das Torres Gêmeas. O que seria uma simples construção, obviamente passou para o terreno político. Não poderia ser diferente.
A verdade é que no lugar onde se pretende erguer Park51 - o nome do edifício - já funciona uma mesquita. A questão agora é que muitos americanos veem a nova obra como um desrespeito às vítimas do maior atentado da história do país. Eu entendo esta visão e, de fato, não condeno quem pensa desta maneira.
É preciso levar em conta, no entanto, outro argumento mais sofisticado. A intenção dos idealizadores do projeto é plantar no local um centro que, apesar de islâmico, fomentará o debate mais amplo entre as diferentes religiões. A iniciativa, inclusive, levava o nome de Córdoba, em homenagem à cidade espanhola que, no período medieval, foi palco de uma das épocas de maior harmonia entre as três principais crenças monoteístas.
Mais eficaz do que rejeitar o islã – discurso que seria bastante adequado aos fundamentalistas que realizaram os ataques de 2001 –, é plantar uma semente de tolerância religiosa. Mais inteligente do que se opor à diversidade é ressaltá-la como qualidade. Aliás, esta é uma das grandes contribuições dos EUA. Por sinal, tal visão pluralista sobre a humanidade é exatamente o que mais perturba os fundamentalistas islâmicos.
"Estaríamos traindo nossos valores e nos colocando nas mãos de nossos inimigos se tratássemos os muçulmanos de maneira diferente. Na verdade, ceder ao sentimento popular seria entregar a vitória aos terroristas, algo inaceitável", disse o prefeito de Nova Iorque, o judeu Michael Bloomberg.
Quando faz menção ao "sentimento popular", Bloomberg se refere aos 61% da população que se opõem ao estabelecimento do centro islâmico num terreno tão próximo ao marco zero. A oposição mais ferrenha é manifestada pelo Partido Republicano e pelos parentes das vítimas do atentado.
Resta saber quem serão os doadores do projeto estimado em 100 milhões de dólares. Certo mesmo é que a polêmica não está para terminar. Um dos fundadores do Park51, o imã Feisal Abdul Rauf, já protagonizou controvérsias recentes: afirmou publicamente que a política externa americana foi parcialmente responsável pelo 11 de Setembro e também se recusou a dizer, durante uma entrevista de rádio, se considerava o Hamas um grupo terrorista.
A verdade é que no lugar onde se pretende erguer Park51 - o nome do edifício - já funciona uma mesquita. A questão agora é que muitos americanos veem a nova obra como um desrespeito às vítimas do maior atentado da história do país. Eu entendo esta visão e, de fato, não condeno quem pensa desta maneira.
É preciso levar em conta, no entanto, outro argumento mais sofisticado. A intenção dos idealizadores do projeto é plantar no local um centro que, apesar de islâmico, fomentará o debate mais amplo entre as diferentes religiões. A iniciativa, inclusive, levava o nome de Córdoba, em homenagem à cidade espanhola que, no período medieval, foi palco de uma das épocas de maior harmonia entre as três principais crenças monoteístas.
Mais eficaz do que rejeitar o islã – discurso que seria bastante adequado aos fundamentalistas que realizaram os ataques de 2001 –, é plantar uma semente de tolerância religiosa. Mais inteligente do que se opor à diversidade é ressaltá-la como qualidade. Aliás, esta é uma das grandes contribuições dos EUA. Por sinal, tal visão pluralista sobre a humanidade é exatamente o que mais perturba os fundamentalistas islâmicos.
"Estaríamos traindo nossos valores e nos colocando nas mãos de nossos inimigos se tratássemos os muçulmanos de maneira diferente. Na verdade, ceder ao sentimento popular seria entregar a vitória aos terroristas, algo inaceitável", disse o prefeito de Nova Iorque, o judeu Michael Bloomberg.
Quando faz menção ao "sentimento popular", Bloomberg se refere aos 61% da população que se opõem ao estabelecimento do centro islâmico num terreno tão próximo ao marco zero. A oposição mais ferrenha é manifestada pelo Partido Republicano e pelos parentes das vítimas do atentado.
Resta saber quem serão os doadores do projeto estimado em 100 milhões de dólares. Certo mesmo é que a polêmica não está para terminar. Um dos fundadores do Park51, o imã Feisal Abdul Rauf, já protagonizou controvérsias recentes: afirmou publicamente que a política externa americana foi parcialmente responsável pelo 11 de Setembro e também se recusou a dizer, durante uma entrevista de rádio, se considerava o Hamas um grupo terrorista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário