Quando o presidente americano, Barack Obama, anuncia o retorno das tropas e cumpre o cronograma de retirada do Iraque, é preciso fazer duas ressalvas justas: 1 - não foi ele quem ordenou a invasão do país, em 2003; 2 - Obama sempre se mostrou contrário a esta guerra. Aliás, longe da parafernália midiática em torno daquele vergonhoso "mission accomplished" (missão cumprida) de George W. Bush, proferido no longínquo 1 de maio de 2003, o atual ocupante da Casa Branca foi mais comedido e realista. Tão absolutamente realista que é fundamental lembrar que opção por manter o retorno das tropas ocorre apenas três meses antes das eleições legislativas americanas.
E Obama não é nada bobo. É um astuto jogador político que sabe valorizar a importância de manter uma de suas mais importantes promessas de campanha. Não importa se intimamente ele seja mesmo um ferrenho opositor das guerras – e desta guerra iniciada sem a apresentação das provas que a justificariam. É muito mais significativo que Obama contemple as expectativas de seu eleitorado. Retirar-se do Iraque é um desses casos, muito possivelmente o mais importante deles. Até porque reafirmar personalidade, ideologia e condutas diametralmente opostas a Bush é relembrar os motivos pelos quais Obama ganhou as últimas eleições. E nada melhor do que fazer isso às vésperas de outro pleito.
O Iraque, portanto, é o exemplo mais básico e icônico do imaginário construído sobre o ex-presidente Bush. Por consequência, é o aspecto mais simples a ser usado para posicionar Obama. No fundo, a ideologia do atual presidente é o que menos importa neste caso. Para retomar o caminho da popularidade e da vitória nas urnas, a guerra do Iraque - amplamente identificada com a doutrina Bush de governar - é o símbolo máximo da polarização entre os dois últimos presidentes americanos. Este é o imaginário popular. E é isso o que importa.
Sob qualquer análise, invadir o Iraque não foi uma boa decisão. Em termos financeiros, cerca de 1 trilhão de dólares foram gastos. Este dinheiro não retornará ao caixa americano. Pior, aproximadamente 100 mil pessoas morreram. O objetivo da incursão militar não era simplesmente remover Saddam Hussein, mas fazer do país um modelo de democracia a ser admirado e copiado pelas massas que se mobilizariam espontaneamente na região. Isso não está nem perto de acontecer.
Mesmo no Iraque, a primeira transição política democrática passa por um entrave. Cinco meses após a realização de eleições parlamentares, ainda não há consenso para a formação do governo local. Pior, existe chance de a maioria xiita estabelecer uma forma de liderança ditatorial com sede de vingança pelos anos de supremacia da minoria sunita com Saddam Hussein. Do ponto de vista geopolítico, este cenário é ainda pior do que o existente antes da guerra, uma vez que um governo com essas características contaria com amplo suporte do vizinho xiita Irã.
E Obama não é nada bobo. É um astuto jogador político que sabe valorizar a importância de manter uma de suas mais importantes promessas de campanha. Não importa se intimamente ele seja mesmo um ferrenho opositor das guerras – e desta guerra iniciada sem a apresentação das provas que a justificariam. É muito mais significativo que Obama contemple as expectativas de seu eleitorado. Retirar-se do Iraque é um desses casos, muito possivelmente o mais importante deles. Até porque reafirmar personalidade, ideologia e condutas diametralmente opostas a Bush é relembrar os motivos pelos quais Obama ganhou as últimas eleições. E nada melhor do que fazer isso às vésperas de outro pleito.
O Iraque, portanto, é o exemplo mais básico e icônico do imaginário construído sobre o ex-presidente Bush. Por consequência, é o aspecto mais simples a ser usado para posicionar Obama. No fundo, a ideologia do atual presidente é o que menos importa neste caso. Para retomar o caminho da popularidade e da vitória nas urnas, a guerra do Iraque - amplamente identificada com a doutrina Bush de governar - é o símbolo máximo da polarização entre os dois últimos presidentes americanos. Este é o imaginário popular. E é isso o que importa.
Sob qualquer análise, invadir o Iraque não foi uma boa decisão. Em termos financeiros, cerca de 1 trilhão de dólares foram gastos. Este dinheiro não retornará ao caixa americano. Pior, aproximadamente 100 mil pessoas morreram. O objetivo da incursão militar não era simplesmente remover Saddam Hussein, mas fazer do país um modelo de democracia a ser admirado e copiado pelas massas que se mobilizariam espontaneamente na região. Isso não está nem perto de acontecer.
Mesmo no Iraque, a primeira transição política democrática passa por um entrave. Cinco meses após a realização de eleições parlamentares, ainda não há consenso para a formação do governo local. Pior, existe chance de a maioria xiita estabelecer uma forma de liderança ditatorial com sede de vingança pelos anos de supremacia da minoria sunita com Saddam Hussein. Do ponto de vista geopolítico, este cenário é ainda pior do que o existente antes da guerra, uma vez que um governo com essas características contaria com amplo suporte do vizinho xiita Irã.
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