É a partir de amanhã, em Nova Iorque, que uma comissão determinada pela ONU começa a investigar o episódio da abordagem israelense à frota de navios turcos que tentaram furar o bloqueio a Gaza. Hoje, em Israel, no entanto, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, prestou depoimento de uma hora e meia ao painel formado localmente para determinar as falhas em torno do imbróglio. É preciso ressaltar alguns pontos importantes de seu testemunho:
"O Irã forneceu ao Hamas milhares de mísseis, foguetes e outras armas que foram usadas – e ainda são – contra Israel", disse. Ao mencionar o Hamas e o Irã, Netanyahu procura ampliar o episódio da frota de modo a enquadrá-lo dentro do grande jogo político que tem tomado conta da região.
Aprofundar a questão - já sabendo que, obviamente, suas palavras correrão a imprensa internacional – é tenta mandar um recado aos líderes mundiais sobre o que acredita ser a missão de seu governo: confrontar o Irã, os demais membros da aliança xiita e, principalmente, tudo o que representam.
O primeiro-ministro israelense sabe de seus limites. Articular um acordo de paz com os palestinos não é seu forte. Mais ainda, esta tarefa é identificada pelas próprias lideranças formais palestinas - no caso, o Fatah, do presidente Mahmoud Abbas - como um trabalho a ser feito pela líder do Kadima (o mais forte partido de oposição atualmente), Tzipi Livni. Netanyahu sabe disso. Como também tem profundo conhecimento da enorme rejeição de todos os palestinos a seu governo e a ele particularmente.
Para entender de forma ainda mais clara as intenções de Netanyahu ao tirar o foco de um conflito entre israelenses e palestinos e ampliá-lo para o grande confronto regional, basta lembrar quais os partidos formam a coalizão que o sustenta no cargo: Religiosos e nacionalistas que jamais aceitariam, por exemplo, um acordo definitivo com os palestinos que desse fim a todos os assentamentos judaicos na Cisjordânia.
De fato, não se pode ignorar o conflito regional em curso quando se analisa o episódio da abordagem israelense ao navio Mavi Marmara. Mas Netanyahu aproveitou esta oportunidade para ressaltar ainda mais os aspectos geopolíticos que o favorecem pessoalmente.
Ele sabe de suas limitações como articulador da paz. Mas entende que é possível enfatizar suas qualidades de estrategista. As palavras que usaria foram estudadas durante dois dias porque viu o depoimento como mais uma oportunidade de se adequar às perspectivas também de seu público interno.
Por exemplo, ao mencionar que as ações em Gaza têm como principal objetivo o retorno do jovem soldado Gilad Shalit a Israel, ganha enorme popularidade com os israelenses. Como o serviço militar é obrigatório, praticamente toda a população tem ou já teve alguma relação com as forças armadas. E o caso de Shalit é uma enorme ferida que permanece aberta nacionalmente.
A partir desta terça-feira, vamos conhecer a versão internacional da posição israelense. Ela ficará a cargo de Yosef Ciechanover, ex-diretor-geral do Ministério das Relações Exteriores e empresário bem-sucedido: foi presidente da companhia aérea israelense El Al e do quadro de diretores do Israel Discount Bank.
"O Irã forneceu ao Hamas milhares de mísseis, foguetes e outras armas que foram usadas – e ainda são – contra Israel", disse. Ao mencionar o Hamas e o Irã, Netanyahu procura ampliar o episódio da frota de modo a enquadrá-lo dentro do grande jogo político que tem tomado conta da região.
Aprofundar a questão - já sabendo que, obviamente, suas palavras correrão a imprensa internacional – é tenta mandar um recado aos líderes mundiais sobre o que acredita ser a missão de seu governo: confrontar o Irã, os demais membros da aliança xiita e, principalmente, tudo o que representam.
O primeiro-ministro israelense sabe de seus limites. Articular um acordo de paz com os palestinos não é seu forte. Mais ainda, esta tarefa é identificada pelas próprias lideranças formais palestinas - no caso, o Fatah, do presidente Mahmoud Abbas - como um trabalho a ser feito pela líder do Kadima (o mais forte partido de oposição atualmente), Tzipi Livni. Netanyahu sabe disso. Como também tem profundo conhecimento da enorme rejeição de todos os palestinos a seu governo e a ele particularmente.
Para entender de forma ainda mais clara as intenções de Netanyahu ao tirar o foco de um conflito entre israelenses e palestinos e ampliá-lo para o grande confronto regional, basta lembrar quais os partidos formam a coalizão que o sustenta no cargo: Religiosos e nacionalistas que jamais aceitariam, por exemplo, um acordo definitivo com os palestinos que desse fim a todos os assentamentos judaicos na Cisjordânia.
De fato, não se pode ignorar o conflito regional em curso quando se analisa o episódio da abordagem israelense ao navio Mavi Marmara. Mas Netanyahu aproveitou esta oportunidade para ressaltar ainda mais os aspectos geopolíticos que o favorecem pessoalmente.
Ele sabe de suas limitações como articulador da paz. Mas entende que é possível enfatizar suas qualidades de estrategista. As palavras que usaria foram estudadas durante dois dias porque viu o depoimento como mais uma oportunidade de se adequar às perspectivas também de seu público interno.
Por exemplo, ao mencionar que as ações em Gaza têm como principal objetivo o retorno do jovem soldado Gilad Shalit a Israel, ganha enorme popularidade com os israelenses. Como o serviço militar é obrigatório, praticamente toda a população tem ou já teve alguma relação com as forças armadas. E o caso de Shalit é uma enorme ferida que permanece aberta nacionalmente.
A partir desta terça-feira, vamos conhecer a versão internacional da posição israelense. Ela ficará a cargo de Yosef Ciechanover, ex-diretor-geral do Ministério das Relações Exteriores e empresário bem-sucedido: foi presidente da companhia aérea israelense El Al e do quadro de diretores do Israel Discount Bank.
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