Mais uma vez, a violência do tráfico atacou o México. Hoje, o prefeito da cidade de Hidalgo, Marco Antonio Leal Garcia, foi morto pelos cartéis dedicados ao comércio de drogas. O atentado aconteceu novamente em Tamaulipas, mesmo estado da região nordeste onde 72 pessoas foram assassinadas na semana passada.
Longe de vislumbrar uma virada de jogo, os mexicanos se preparam para o pior. Desde a posse do presidente Felipe Calderón, em dezembro de 2006, cerca de 28 mil pessoas foram mortas.
Há alguns fatores que explicam a derrota do governo. O primeiro deles é polêmico: outrora reconhecido como um país conservador e tradicional, a sociedade mexicana tem acompanhado as mudanças globais. E como retrato de um fenômeno internacional, também por lá as ideologias – de todas as naturezas, é preciso dizer – têm tido cada vez menos importância na vida cotidiana.
Em substituição à religiosidade ou mesmo à defesa apaixonada deste ou daquele polo partidário, há o enorme desejo de se igualar ao resto do mundo através, é claro, do consumo. E isso não exclui as drogas ilícitas nenhuma maneira. Talvez isso explique em parte o aumento do mercado interno.
Relatório divulgado pelo governo mostra que, entre 2006 e 2009, o uso de drogas dobrou. O dado mostra 1 milhão de novos usuários de maconha e 1,35 milhão, de cocaína. E o estudo examina somente a população entre 14 e 21 anos de idade.
Ou seja, há três frentes a serem combatidas: o poderoso mercado externo norte-americano, o crescente e jovem mercado interno, e a corrupção da polícia. Neste último item, a Secretaria de Segurança Pública informa que os donos do tráfico local gastam anualmente a fortuna de 1,2 bilhão de dólares para corromper 165 mil policiais.
A fronteira com os EUA também acabou se transformando numa zona perene e de alto risco. Do armamento capturado na luta contra o tráfico, estima-se que 80% de todo o material recolhido seja originado dos EUA. É um arsenal composto por 84 mil armas, que vão desde rifles e granadas a equipamento militar. Se isso não bastasse, a dificuldade acaba sendo ainda maior por conta da legalidade fornecida pelos americanos para o comércio armamentista.
Como lembra editorial do Washington Post sobre o assunto, o presidente Calderón esteve nos EUA em maio deste ano e implorou para os congressistas americanos barrarem a permissão da venda e comercialização de armamentos. Voltou para casa sem qualquer resposta.
Enquanto todas essas questões não forem resolvidas, mais pessoas irão morrer no México - que, aliás, caminha para substituir o Brasil no imaginário internacional como o Estado latino-americano violento da vez.
Longe de vislumbrar uma virada de jogo, os mexicanos se preparam para o pior. Desde a posse do presidente Felipe Calderón, em dezembro de 2006, cerca de 28 mil pessoas foram mortas.
Há alguns fatores que explicam a derrota do governo. O primeiro deles é polêmico: outrora reconhecido como um país conservador e tradicional, a sociedade mexicana tem acompanhado as mudanças globais. E como retrato de um fenômeno internacional, também por lá as ideologias – de todas as naturezas, é preciso dizer – têm tido cada vez menos importância na vida cotidiana.
Em substituição à religiosidade ou mesmo à defesa apaixonada deste ou daquele polo partidário, há o enorme desejo de se igualar ao resto do mundo através, é claro, do consumo. E isso não exclui as drogas ilícitas nenhuma maneira. Talvez isso explique em parte o aumento do mercado interno.
Relatório divulgado pelo governo mostra que, entre 2006 e 2009, o uso de drogas dobrou. O dado mostra 1 milhão de novos usuários de maconha e 1,35 milhão, de cocaína. E o estudo examina somente a população entre 14 e 21 anos de idade.
Ou seja, há três frentes a serem combatidas: o poderoso mercado externo norte-americano, o crescente e jovem mercado interno, e a corrupção da polícia. Neste último item, a Secretaria de Segurança Pública informa que os donos do tráfico local gastam anualmente a fortuna de 1,2 bilhão de dólares para corromper 165 mil policiais.
A fronteira com os EUA também acabou se transformando numa zona perene e de alto risco. Do armamento capturado na luta contra o tráfico, estima-se que 80% de todo o material recolhido seja originado dos EUA. É um arsenal composto por 84 mil armas, que vão desde rifles e granadas a equipamento militar. Se isso não bastasse, a dificuldade acaba sendo ainda maior por conta da legalidade fornecida pelos americanos para o comércio armamentista.
Como lembra editorial do Washington Post sobre o assunto, o presidente Calderón esteve nos EUA em maio deste ano e implorou para os congressistas americanos barrarem a permissão da venda e comercialização de armamentos. Voltou para casa sem qualquer resposta.
Enquanto todas essas questões não forem resolvidas, mais pessoas irão morrer no México - que, aliás, caminha para substituir o Brasil no imaginário internacional como o Estado latino-americano violento da vez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário